HRW critica escolha de general golpista para primeiro-ministro da Tailândia

  • Por Agencia EFE
  • 22/08/2014 01h42

Bangcoc, 22 ago (EFE).- A organização defensora dos direitos humanos “Human Rights Watch” (HRW) qualificou esta quinta-feira como um “dia negro” para os direitos humanos pela eleição do chefe da junta militar da Tailândia, o general Prayuth Chan-ocha, como novo primeiro-ministro do país.

Prayuth, que em um golpe de estado tomou o poder em 22 de maio, foi eleito ontem unanimemente pelo parlamento formado no início de agosto por deputados não eleitos selecionados pela própria junta, a metade deles militares na ativa ou da reserva.

Após o levante, o novo regime militar impôs uma ferrenha censura; perseguiu e prendeu políticos, ativistas, acadêmicos e jornalistas críticos; e aprovou uma Constituição provisória na qual deu a si plenos poderes e imunidade.

HRW denunciou que a junta “mantém sua campanha contra aqueles que exercem seus direitos e liberdades fundamentais e não há jogo nenhum progresso real para restabelecer a democracia”.

“Como primeiro-ministro e líder da junta, o general Prayuth maneja amplos poderes sem nenhum tipo de controle. Isto marca um dia negro para os direitos humanos e o futuro da democracia na Tailândia”, disse o diretor para a Ásia da HRW, Brad Adams.

“A junta continua a mostrar seu desprezo a direitos e liberdades básicas. A crítica é perseguida, a atividade política proibida, a liberdade de expressão censurada e submissa a castigo, e vários centenas de pessoas foram detidas arbitrariamente”, indicou.

“Desde o golpe de maio, os generais se afiançaram ao poder mais que cedê-lo. Em lugar de retornar ao caminho da democracia como prometeram através de eleições livres e justas, os militares parecem optar por seguir o caminho rumo à ditadura”, acrescentou Adams.

Prayuth, que em setembro deveria se aposentar como chefe do Exército, anunciará nos próximos dias seu novo governo, que deve ter vários altos cargos das forças armadas.

A junta militar pretende promover uma série de reformas políticas, sociais e econômicas que, anunciaram, culminarão em outubro de 2015 com a convocação de eleições parlamentares.

A Tailândia já sofreu 12 golpes de Estado e sete tentativas desde o estabelecimento da democracia, em 1932. EFE

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