Identificação de vítimas de acidente aéreo na França levará de 2 a 4 meses

  • Por Agencia EFE
  • 30/03/2015 16h51

Pontoise (França), 30 mar (EFE).- A comissão de especialistas que trabalha na identificação dos restos mortais do Airbus A320 que caiu nos Alpes franceses na última terça-feira informou nesta segunda-feira que levará “de dois a quatro meses” para divulgar os resultados das análises.

“Nenhuma identidade será informada até que se tenha o resultado de todas as análises, e isso levará de dois a quatro meses”, disse a um grupo de veículos da imprensa internacional, entre eles a Agência Efe, o coronel François Daoust, diretor do Instituto de Pesquisa Criminal da Gendarmaria da França (IRCGN, sigla em francês).

Daoust, cujo centro localizado nos arredores de Paris está encarregado de realizar a análise das amostras recolhidas no terreno e de sua comparação com os dados fornecidos pelas famílias, ressaltou que os especialistas não podem garantir que todas as vítimas serão identificadas.

A primeira operação de recuperação dos restos humanos no local onde a aeronave caiu terminará no final desta semana, acrescentou o chefe da investigação.

As duas semanas seguintes serão dedicadas à coleta de destroços da fuselagem, e as duas posteriores servirão para vasculhar novamente toda a área, que tem cerca de 2,5 hectares de extensão, para localizar novos restos humanos que possam ter ficado sob esse material.

Os restos permanecem no laboratório montado no terreno, que envia ao IRCGN somente uma pequena amostra da qual é possível extrair o DNA correspondente.

Quando os especialistas do instituto conseguirem o resultado, este será relatado para seus colegas no terreno para que os mesmos possam juntar em um único saco mortuário os restos correspondentes a essa mesma informação.

Até o momento, foram analisadas cerca de 400 amostras, com as quais foram isolados 78 DNA diferentes, informou o coronel, que também ressaltou que a identificação completa de cada vítima requer a comparação desses dados com os oferecidos pelos familiares.

Esse último processo, detalhou Daoust, é longo e difícil, porque requer a coleta de dados médicos e dentários da vítima, a descrição da família de particularidades como tatuagens e cicatrizes, e o perfil de DNA de parentes diretos, como pais e filhos.

Os investigadores dispõem até o momento de aproximadamente 30 arquivos “ante mortem” completos, e de outros 30 nos quais ainda faltam alguns desses pontos, segundo Daoust, que destacou que “o tempo midiático não é igual ao científico”, por isso, deve-se trabalhar corretamente e não “ceder à urgência”. EFE

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