Investigação confirma que só havia DNA de Nisman no local de sua morte

  • Por Agencia EFE
  • 30/01/2015 19h28

Buenos Aires, 30 jan (EFE).- A análise de DNA realizada na roupa de Alberto Nisman e na arma usada em sua morte encontrou apenas vestígios do perfil genético do próprio promotor argentino, informou nesta sexta-feira a promotora da causa, Viviana Fein.

Em comunicado, Fein informou que a análise de laboratório indica “de modo categórico” que “na camiseta, pistola, carregador, cartuchos e cápsulas se achou um mesmo perfil genético que coincide com o perfil genético da mostra referida como indubitável do falecido”.

Nisman, encarregado da investigação do atentado contra a associação mutual israelita Amia que deixou 85 mortos em 1994, morreu no último dia 18 em sua casa com um tiro na cabeça após denunciar à presidente argentina, Cristina Kirchner, por suposto acobertamento de terroristas iranianos.

Sua morte, qualificada como “duvidosa”, se deveu a um disparo na têmpora realizado a menos de um centímetro de distância, procedente de uma pistola calibre 22 que foi encontrada sob seu corpo, no banheiro da casa, de acordo com a investigação liderada por Fein.

Além disso, Fein informou que foram realizadas diligências prévias necessárias para revisar os equipamentos de telecomunicações do promotor e o material das câmeras de segurança do edifício onde vivia.

“Em uma antecipação das perícias, foi informado por pessoal técnico que em princípio as escadas não contam com câmeras e que as do elevador do serviço não estariam em funcionamento”, ressalta o comunicado.

Fein também detalhou que hoje prestou depoimento os membros da equipe de informática da promotoria especial para investigar o atentado contra a Amia e que na próxima semana continuarão recolhendo os testemunhos de outros empregados da unidade.

Além disso, a promotora ressaltou que sua investigação “não pretende distorcer ou desacreditar as versões que podem ser dadas por terceiras pessoas”, depois da polêmica suscitada com o governo na quarta-feira passada.

Fein tinha revelado que, de acordo com a investigação, Nisman viajou de férias à Europa e tinha passagem de volta comprada para 12 de janeiro, dois dias antes de apresentar sua denúncia contra Cristina.

Minutos depois, o governo desmentiu a versão da promotora no Twitter da Casa Rosada publicando mensagens supostamente enviadas por Nisman a um grupo de amigos próximos nas quais assegurava que suspendeu uma viagem pela Europa com sua filha “intempestivamente”.

O governo sustenta que o promotor interrompeu suas férias porque alguém lhe chamou com urgência na Argentina para apresentar uma denúncia contra a presidente que consideram “sem fundamento” e elaborada por terceiros.

No comunicado de hoje, Fein pede “que seus ditos não sejam manipulados nem utilizados por nenhum setor político”. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.