Irã qualifica novas sanções dos EUA de “ilegais” e ameaça com resposta

  • Por Agência EFE
  • 13/01/2018 09h20
Agência EFE Ministro de assuntos exteriores do Irã, Mohamad Javad Zarif; departamento iraniano insistiu em que não adotará "nenhuma medida além dos compromissos que contraiu com o JCPOA"

O Ministério de Assuntos Exteriores do Irã condenou neste sábado as novas sanções impostas pelos Estados Unidos, qualificando-as de “ilegais e hostis”, e advertiu que receberão uma “séria reação” por parte da República Islâmica.

Segundo o comunicado de Exteriores, esta medida cruza “todas as linhas vermelhas de comportamento na comunidade internacional e viola as normas de princípios da lei internacional”.

O Tesouro americano anunciou na véspera sanções contra 14 pessoas e entidades iranianas, entre eles o chefe o Poder Judiciário, o aiatolá Sadeq Larijani, por abusos aos direitos humanos e apoio ao programa de mísseis balísticos de Teerã.

“O senhor Trump continua com suas medidas hostis contra o povo do Irã e menciona ameaças que já várias vezes foi incapaz de aplicar (…) Devido a seu desespero, sancionou vários cidadãos iranianos com escusas ilegais e ridículas para compensar pelo menos uma parte dos seus fracassos”, diz a nota.

O departamento iraniano também reagiu no seu texto às novas ameaças feitas ontem pelo presidente americano contra o acordo nuclear, assinado em 2015 entre Irã e seis grandes potências.

O Ministério de Exteriores insistiu em que não adotará “nenhuma medida além dos compromissos que contraiu com o JCPOA”, as siglas em inglês com as quais se conhece formalmente o pacto nuclear.

Tampouco permitirá que se estabeleça nenhuma conexão entre este acordo e outros temas, nem aceitará “nenhuma mudança nem agora nem no futuro” do JCPO.

Trump decidiu na última sexta-feira manter ativo um mecanismo que suspende temporalmente as sanções ao Irã por causa de seu programa nuclear, algo sobre o qual deve se pronunciar a cada 120 dias por força da lei, mas deu um ultimato à Europa para modificá-lo.

A sua ideia é preparar um “acordo suplementar” com seus parceiros europeus, para impor novas sanções multilaterais se o Irã desenvolver ou testar mísseis balísticos, e impedir as inspeções das suas instalações nucleares, entre outros.

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