Israel ordena destruição das casas dos palestinos que atacaram sinagoga

  • Por Agencia EFE
  • 20/11/2014 19h22

Jerusalém, 20 nov (EFE).- O governo de Israel ordenou nesta quinta-feira a destruição das casas dos dois palestinos que na terça-feira mataram cinco judeus em uma sinagoga de Jerusalém, apesar dos pedidos da comunidade internacional para que não fizesse nada que gerasse mais ressentimento.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, deu também sinal verde a que se derrubem as casas de outros dois palestinos.

Trata-se do motorista suicida que há duas semanas matou dois israelenses em uma tentativa de atropelamento em massa em um parada de bonde e do suposto pistoleiro palestino que em outubro tentou assassinar a tiros o rabino ultranacionalista Yehuda Glick, que se recupera no hospital.

Ontem, escavadeiras israelenses puseram abaixo a residência no bairro de Silwan, em Jerusalém Oriental, de Abdel Rahman Shaludi, um jovem palestino que matou um bebê israelense e uma cidadã equatoriana em outubro, em outra tentativa de atropelamento em massa em uma estação de bonde na antiga linha verde que divide a cidade.

A política de destruição de casas foi habitual nos tempos da segunda Intifada, mas foi interrompida há um ano devido à polêmica sobre sua legalidade e às dúvidas de sua eficiência como arma dissuasória.

No entanto, foi recuperada pela aliança de governo direitista e ultranacionalista de Netanyahu, com apoio da Procuradoria Geral do Estado.

O Tribunal Superior de Justiça paralisou hoje a destruição da casa de Mohamad Jaabais, um motorista de escavadeira que atropelou um pedestre e se chocou com um ônibus na mesma área divisória de Jerusalém, e que foi morto a tiros pela polícia.

A família, que acredita que o homem simplesmente perdeu o controle da máquina, apelou dessa ordem perante um tribunal, que tomará uma decisão na próxima segunda-feira.

Também hoje, o procurador-geral do Estado, Yehuda Weinstein, assegurou que não existem impedimentos legais para realizar as demolições das casas dos outros palestinos, cujas famílias têm 48 horas para apelar.

A decisão foi criticada hoje pelos grandes países da União Europeia, que a qualificaram de “contraproducente” por considerar que exacerba ainda mais a tensão em Jerusalém.

Na mesma linha se pronunciou o porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Jeff Rathke, para quem “o castigo de demolir casas é contraproducente para a causa da paz, sobretudo na atual situação de tensão”. EFE

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