Júri descarta doença mental, e atirador pode ser condenado à morte nos EUA

  • Por Agencia EFE
  • 03/08/2015 20h19

Washington, 3 ago (EFE).- Considerado culpado por matar 12 pessoas em um cinema de Aurora (Colorado, EUA) em 2012, James Holmes pode ser condenado à morte depois de o júri encarregado em julgá-lo ter negado nesta segunda-feira o argumento da defesa de que o atirador sofre de uma doença mental e não tinha consciência de suas ações.

Com a decisão, o júri afastou Holmes da prisão perpétua, pena pedida por seus advogados, e o aproximou do corredor da morte. No entanto, a decisão final será conhecida somente após a última fase do julgamento, na qual as vítimas do massacre relatarão mais uma vez os momentos de terror vividos dentro do local do crime.

O júri, composto por nove mulheres e três homens, determinou hoje que a esquizofrenia paranoide de Holmes não o impediu de ser consciente do “atroz” massacre de 2012, quando invadiu um cinema usando uma máscara de gás e começou a disparar quatro armas.

Holmes, de 27 anos, encheu o local de gás lacrimogêneo, e atirou ao acaso contra o público presente. Acabou preso pelos policiais nos arredores do cinema, se identificando aos agentes como “Coringa”, um dos vilões de Batman, filme em exibição no momento do crime.

Na etapa de hoje do julgamento, a mãe, o pai e a irmã de Holmes, assim como vários amigos, se esforçaram para tentar retratar o acusado como uma pessoa de bom caráter.

O júri também ouviu uma psiquiatra que garantiu que a esquizofrenia impediu o acusado de ser consciente de suas ações, além de também não saber distinguir entre o bem e o mal.

No entanto, após três horas de discussão, os 12 membros do júri decidiram que os fatos não são suficientemente relevantes para impedir que Holmes seja condenado à morte.

Holmes foi declarado culpado de 165 acusações, 24 delas por assassinato em primeiro grau, após 11 semanas de julgamento no qual foram ouvidas mais de 250 testemunhas.

O jovem, que ainda tem a oportunidade de se defender perante ao júri, confessou ter sido o autor do ataque, mas preferiu se declarar como inocente devido à doença mental.

O massacre abriu o debate sobre o controle e a venda de armas no país, impulsionando mudanças no Colorado. Após o caso, o estado aprovou uma das leis mais restritivas para supervisionar os antecedentes dos compradores. EFE

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