Justiça declara nulo julgamento de policial branco que matou homem negro

  • Por Agencia EFE
  • 28/08/2015 20h40

Charlotte (EUA), 21 ago (EFE).- O juiz Robert Ervin, do estado da Carolina do Norte, declarou nulo nesta sexta-feira por falta de acordo o julgamento do oficial de polícia branco Randall “Wes” Kerrick, que enfrentava a acusação de homicídio culposo pela morte de um jovem negro desarmado há dois anos.

A decisão foi tomada após o júri (formado por sete pessoas brancas, três negras e duas hispânicas), que votou em três ocasiões, não alcançar um veredicto firme sobre o caso. Robert Ervin anunciou que o júri não conseguiu concluir se Kerrick fez uso excessivo da força para deter Jonathan Ferrell, um ex-jogador de futebol americano que na madrugada de 14 de setembro de 2013 morreu após receber dez tiros.

De acordo os relatórios policiais do condado de Charlotte-Mecklenburg, Ferrell bateu com o carro de sua namorada às 2h30 da madrugada a caminho da casa dela e tentou pedir ajuda a alguns moradores de Charlotte. A presença do jovem no bairro fez com que a polícia fosse acionada.

A vítima se aproximou para pedir ajuda aos três oficiais que foram ao local, mas eles pediram que ele ficasse parado. Ao não acatar a ordem, o jovem recebeu um disparo com uma arma de eletrochoque, que não conseguiu imobilizá-lo. Kerrick insistiu na ordem por outras três vezes e ao ver que o jovem desarmado se aproximava atirou alegando que teve medo que Ferrell fosse matá-lo, conforme disse no julgamento.

Ferrell, de 24 anos, tinha se mudado para Charlotte para morar com a namorada e trabalhava em lojas de departamento. Em um processo civil apresentado contra a cidade de Charlotte, a família do jovem sustentou que o treinamento que Kerrick recebeu na academia foi equivocado. A família recebeu US$ 2,25 bilhões de compensação como parte de um acordo a prefeitura.

O caso foi responsável por gerar um debate nacional nos Estados Unidos por causa do uso da força letal por agentes contra homens negros.

Kerrick enfrentava uma condenação de mais de 11 anos por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar, e após esta decisão cabe à parte acusatória decidir se quer buscar ou não outro julgamento. EFE

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