Lado venezuelano da fronteira sofre com escassez e lojas fechadas

  • Por Agencia EFE
  • 28/08/2015 01h59

Indira Guerrero.

San Antonio del Táchira (Venezuela), 27 ago (EFE).- A cidade venezuelana de San Antonio, na fronteira com a Colômbia, chegou nesta quinta-feira a uma semana desde que se ordenou o fechamento da ponte que une ambos países com uma agravada escassez e a maioria de suas lojas fechadas, segundo constatou a Agência Efe.

A cidade fronteiriça, que foi até pouco tempo um corredor pelo qual circulavam livremente de forma ilegal mercadorias destinadas ao contrabando, ficou paralisada com o fechamento de um trecho da fronteira ordenado pelo governo da Venezuela.

Muitas das lojas da cidade situada ao extremo oeste da Venezuela permanecem fechadas em parte porque, segundo os moradores, seus donos são colombianos e ficaram presos do outro lado da fronteira.

Poucas lojas se mantêm abertas, a maioria delas de alimentos d remédios, diante das quais se formam longas filas de venezuelanos que desde a madrugada saem de casa para comprar os produtos que estiverem disponíveis.

Artigos de higiene pessoal, e alguns alimentos como arroz, massas, leite e café, só podem ser encontrados através de revendedores clandestinos que ofertam o produto por um valor 30 vezes mais caro.

“Já é impossível encontrar uma colher de arroz, eu tive que sair para comer na rua, porque em minha casa não tenho comida e, se fico na fila, perco o dia de trabalho”, relatou à Efe Nelson Benítez García, um taxista que vive na região há mais de 10 anos.

Até agora a escassez tinha sido atribuída aos contrabandistas que, segundo as autoridades venezuelanas, são em sua maioria colombianos que ingressam no país ilegalmente e que desviam os produtos ao país vizinho.

No entanto, após uma semana do fechamento do trecho da fronteira pelo qual se comunica a venezuelana San Antonio com a colombiana Cúcuta, e a deportação e repatriação de centenas de colombianos, a crise de desabastecimento se tornou mais grave, segundo os moradores de San Antonio.

Segundo as autoridades venezuelanas, através dos 2.219 quilômetros de fronteira circula 40% da produção do país, devido aos baixos preços pelos quais são adquiridos na Venezuela por estarem subvencionados pelo Estado e pela grande margem de lucro que sua venda ilícita consegue na Colômbia.

No caso do combustível, no entanto, o efeito do fechamento fronteiriço foi contrário. Os postos de gasolina que até há uma semana eram o palco de longas filas de automóveis, muitos deles colombianos que cruzavam a fronteira para encher o tanque, permanecem agora vazios.

No caso da gasolina, o preço subsidiado do petróleo e seus derivados na Venezuela são um grande incentivo para os contrabandistas, pois enquanto na Venezuela um galão do combustível vale US$ 0,07, na Colômbia custa US$ 4,3. EFE

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