Londres convoca embaixador russo após incidente com bombardeiros

  • Por Agencia EFE
  • 29/01/2015 18h10

Londres, 29 jan (EFE).- O Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido convocou nesta quinta-feira o embaixador da Rússia em Londres, Alexander Yakovenko, depois que ontem dois bombardeiros russos se aproximaram do espaço aéreo britânico.

Em comunicado, o Foreign Office afirmou que as manobras dos aviões interceptados, que perturbaram o fluxo da aviação civil, “se incluem em uma crescente pauta de operações fora de sua área por parte de aviões russos”.

Um porta-voz explicou que, embora os dois Tu-95 Bears russos “não tenham entrado no espaço aéreo soberano do Reino Unido, provocaram perturbações à aviação civil”.

“Convocamos o embaixador para que dê explicações sobre o incidente”, acrescentou.

Aviões Typhoon da Real Força Aérea Britânica (RAF) escoltaram as aeronaves russas, detectadas ao passar pelos Canal da Mancha, até que saíssem do “área de interesse do Reino Unido”, informaram fontes do Ministério da Defesa.

Um porta-voz deste departamento explicou que os dois aviões da RAF foram enviados das bases Lossiemouth, na Escócia, e Coningsby, no leste da Inglaterra, assim que se percebeu a presença dos Bears russos “em espaço aéreo internacional próximo ao espaço aéreo do Reino Unido”.

“Os aviões russos foram escoltados pela RAF até que saíssem da área de interesse do Reino Unido. Em nenhum momento esses aparelhos militares russos cruzaram o espaço aéreo britânico”, ressaltou esta fonte.

Um porta-voz da RAF detalhou por sua vez que a missão, dirigida do Centro de Operações da Otan na Alemanha, durou mais de 12 horas e que, graças “à integração dos sistemas aéreos de defesa na Otan”, foi possível conseguir “um bom tempo de reação”.

Uma investigadora do centro de estudos de defesa britânico Real Instituto de Serviços Unidos (RUSI, na sigla em inglês), Elizabeth Quintana, declarou ao jornal “Daily Mail” que a intervenção russa foi incomum e pode estar relacionada com o início no Reino Unido da investigação pública sobre o caso Litvinenko.

O ex-espião russo Alexander Litvinenko morreu em Londres em 2006 depois de ter sido envenenado com polônio-2010 durante uma reunião com dois antigos colegas russos.

No ano passado, a Otan interceptou uma centena de vezes aviões russos, três vezes mais que em 2013, entre as crescentes tensões com Moscou pela crise na Ucrânia. EFE

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