Macri afirma que Argentina está entrando em etapa de “reformismo permanente”

  • Por Jovem Pan com Agência EFE
  • 24/10/2017 08h49
EFE/Laurent Gillieron Macri reiterou que quer voltar a criar condições para que aqueles que dão "tudo de si"

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, garantiu nesta segunda-feira, após o triunfo da coalizão governista ‘Cambiemos’ nas eleições legislativas de domingo, que o país entra agora emuma etapa “de reformismo permanente”, que permitirá avançar rumo ao “progresso”, que é o que ele considera que foi a escolha da população nas urnas.

“Estamos aqui para ajudar todos os argentinos a viver melhor, tenham votado em nós ou não. Esperamos que aqueles que não votaram em nós também encontrem motivos para se entusiasmarem”, disse o presidente emuma entrevista coletiva em Buenos Aires, poucas horas depois que sua coalizão chegou ao primeiro lugar na apuração de votos nos principais distritos eleitorais do país.

O chefe de Estado comentou que uma de suas prioridades na luta contra a pobreza é avançar contra o alto déficit fiscal da Argentina, por isso, será necessário continuar se endividando e, portanto, é determinante reduzir a inflação.

“Se você não vai financiar o déficit com inflação, terá que fazê-lo com dívida, e não podemos fazê-lo eternamente, por isso temos que avançar nesta redução gradual do déficit fiscal, que é um compromisso que assumimos no primeiro dia”, afirmou Macri.

Nesse sentido, Macri reiterou que, “daqui até o final do ano”, tentará aprovar no Congresso o Orçamento para 2018 que comprometa a redução do déficit, que no ano que vem, segundo o governante, deverá ser menor que 3,2, para, já em 2019, tender para 2,2 e conseguir um “equilíbrio” com uma inflação que seja de um dígito.

Além disso, sem entrar em detalhes sobre se vai realizar uma profunda reforma trabalhista, um assunto criticado pela oposição durante a campanha, Macri indicou que quer avançar em mudanças que gerem mais trabalho, porque hoje há gente que não tem emprego e “praticamente metade dos argentinos trabalham no mercado informal”.

“Esperamos continuar dialogando com os diferentes setores e representantes trabalhistas para conseguir que essas reformas gerem mais emprego”, indicou Macri, para quem é necessário que a Argentina seja “um país integrado, com coesão, justo, moderno e que se insira no mundo”.

Isso significa, segundo o presidente, que o país está entrando em uma etapa de “reformismo permanente”.

“A Argentina não tem que parar, nem ter medo das reformas, porque reformar é crescer, evoluir, progredir, é algo que vai gerar entusiasmo, alegria, que vai nos levar a uma vida melhor e nos deixará mais felizes. Compartilhar uma sensação de protagonismo e progresso, esta foi a escolha das pessoas ontem”, comentou Macri.

Ao ser questionado se pretende aprofundar esses avanços ou fazê-los de forma progressiva, o chefe de Estado argentino foi taxativo.

“O mais rápido que pudermos, com todo o gradualismo possível, este é equilíbrio que buscamos todos os dias”, acrescentou o presidente.

A coalização “Cambiemos” venceu nas eleições de meio-termo para renovar parte do Senado e da Câmara de Deputados não somente na cobiçada província de Buenos Aires, o distrito mais populoso do país, mas também em lugares como Córdoba, Santa Fé, Mendoza, Salta e na própria capital federal.

“Estamos tentando sair de anos em que eles nos enganaram, mentiram, em que sempre se aproveitaram dos demais, o que nos fez muito mal”, mencionou hoje Macri em clara referência aos governos de sua antecessora Cristina Kirchner, que no domingo, apesar de ter sido eleita senadora, não conseguiu superar em votos a coalizão governista.

Macri reiterou que quer voltar a criar condições para que aqueles que dão “tudo de si” para se superar a cada dia sintam que podem se projetar e, para isso, indicou que é preciso que fazer “muitas reformas” políticas, institucionais e da educação, onde há “um enorme desafio pela frente”.

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