Macron diz que Europa não precisa mais do FMI

  • Por Estadão Conteúdo
  • 07/09/2017 19h51
EFE/Etienne Laurent Emmanuel Macron passa por galeria dos bustos no Palácio de Versalhes antes de pronunciamento frente a um legislativo desconfortáve Presidente da França, Emmanuel Macron, afirma que a presença do FMI é um sistema de falta de confiança entre os países europeus

O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou nesta quinta-feira que o Fundo Monetário Internacional (FMI) deve se afastar de seu papel nos resgates europeus. O movimento rompe com uma política amplamente aceita no continente quando a Grécia buscou ajuda internacional há sete anos.

Em uma visita de dois dias a Atenas, Macron disse que o fundo de resgate da zona do euro, o Mecanismo Europeu de Estabilidade, deve desempenhar o papel principal no resgate financeiro dentro da zona monetária. A França, segunda maior economia da Europa, havia apoiado a insistência da Alemanha em envolver o FMI para impor medidas de austeridade que vieram com programas de resgate an Grécia e em outras economias como Irlanda, Portugal e Chipre

No entanto, nesta quinta-feira, Macron afirmou a repórteres não acreditar que “foi o método certo o FMI supervisionar os programas europeus e intervir da maneira como fez. Trabalhemos na Europa e não nos voltemos para agências externas”.

As observações do presidente francês foram feitas pouco depois de uma reunião entre ele e o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, e antes de pronunciar um discurso sobre o futuro da Europa em Atenas. “A presença do FMI foi um sistema de falta de confiança entre os países europeus”, comentou.

A Grécia considera a França um aliado e um contrapeso vital para evitar a Alemanha em seus esforços para aliviar os rigorosos termos de resgates internacionais. Atenas confiou em empréstimos internacionais de resgate desde 2010 e, em troca, viu sua economia sob supervisão rigorosa por parte dos credores. Governos sucessivos tiveram que impor reformas políticas e estruturais radicais, incluindo cortes na previdência e aumentos de impostos repetidamente, para que pudessem receber empréstimos

A visita de Macron nesta quinta-feira seguiu horas depois da passagem do furacão Irma no Oceano Atlântico, atingindo territórios franceses, britânicos e holandeses. “Toda a Frnaça está ferida pelas muitas vítimas de ontem do furacão”, disse Macron. Ele prometeu visitar a região atingida pelo Irma.

A segurança em Atenas foi intensificada para a visita do presidente francês, com autoridades gregas proibindo protestos em grande parte do centro de Atenas e mobilizando mais de 2 mil policiais nas ruas da capital, enquanto o trânsito ficou sobrecarregado.

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