Maduro diz que seu governo está desenvolvendo um bom diálogo com os EUA

  • Por Agencia EFE
  • 27/05/2015 00h42

Caracas, 26 mai (EFE).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta terça-feira que seu governo está dialogando com “um enviado especial” de Barack Obama, uma conversa que até agora “vai bem” e espera que a mesma não seja sabotada por “terroristas” venezuelanos ou pela “extrema-direita” dos Estados Unidos.

“Nós conseguimos sentar para conversar em termos de respeito com um enviado especial do presidente Obama e isso, (…) vai bem, espero que não seja sabotado, nem por terroristas aqui na Venezuela (…) nem pela extrema-direita dos Estados Unidos”, disse.

Maduro fez esse comentário durante um contato telefônico com o canal estatal “VTV”, no qual informou que essa comunicação com os EUA se estabeleceu durante a Cúpula das Américas que aconteceu em abril, no Panamá, quando os presidentes dos dois países tiveram um breve encontro informal.

“Eu cumprimentei o presidente Obama (na cúpula), nos cumprimentamos, conversamos e ali estabelecemos um mecanismo que vem funcionando, de conversas, para regularizar, sobre a base do respeito, da igualdade entre os Estados, sobre a base do respeito ao direito internacional, regularizar nossas relações”, disse.

No entanto, Maduro afirmou que essas aproximações têm “muitos inimigos” que são contrários ao estabelecimento de “relações normais, regulares, de respeito entre Venezuela e Estados Unidos”.

O presidente venezuelano comentou que “a extrema-direita terrorista” está “buscando sempre um grande conflito com os Estados Unidos para provocar mil formas de intervenção na Venezuela” e que Washington, “com todo o seu poder”, prejudique seu país.

Desde abril, a tensão entre EUA e Venezuela diminuiu levemente por causa de várias visitas que o conselheiro do Departamento de Estado americano, Thomas Shannon, fez a Caracas.

Shannon fez uma primeira visita à Venezuela entre os dias 7 e 9 de abril, quando se reuniu com Maduro, um gesto que foi crucial para reduzir as tensões entre os dois países antes da Cúpula das Américas, que aconteceu dias depois.

O Departamento de Estado, que confirmou os encontros, não deu detalhes sobre o conteúdo das conversas que Shannon manteve em Caracas e só informou que o conselheiro viajou a convite do governo venezuelano.

A tensão entre Estados Unidos e Venezuela aumentou notavelmente por causa do decreto assinado em março por Obama, que declara a Venezuela uma “ameaça” para a segurança nacional dos EUA e impõe uma série de sanções contra um grupo de funcionários venezuelanos por violações dos direitos humanos.

No dia 21 de abril, a secretária de Estado adjunta para o Hemisfério Ocidental, Roberta Jacobson, disse que os EUA estão “abertos a considerar” o pedido da Venezuela de aceitar como embaixador em Washington o atual encarregado de negócios venezuelano, Maximilian Arveláez, como um gesto para diminuir a tensão nas relações.

Roberta advertiu, no entanto, que não acredita que a Casa Branca esteja disposta a “discutir” a derrogação do decreto com sanções a funcionários venezuelanos que incluem um bloqueio a seus bens nos Estados Unidos. EFE

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