Malásia detém 12 policiais e 43 civis por envolvimento em campos clandestinos

  • Por Agencia EFE
  • 27/05/2015 12h23

Bangcoc, 27 mai (EFE).- As autoridades da Malásia detiveram 12 policiais e 43 civis em relação com os 28 campos clandestinos e 139 túmulos que foram descobertos nas selvas do norte do país, informou nesta quarta-feira o vice-ministro do Interior, Wan Junaidi.

“Estamos investigando se existe alguma relação com os campos, porque as detenções ocorreram no norte. Suspeitamos que há uma relação”, disse o vice-ministro no parlamento, segundo o jornal “The Malaysia Insider”.

O vice-ministro insistiu que não tinham nenhum conhecimento da presença dos campos, apesar de fontes policiais do país citadas hoje por um jornal local relatarem que foi descoberto pelo menos um campo em janeiro, quando foi detido um grupo de imigrantes ilegais e estes conduziram a ele.

Os 28 campos e 139 túmulos achados se encontram no nortista estado de Perlis, na selva que cobre a fronteira que a Malásia e Tailândia compartilham.

As autoridades da Tailândia descobriram nas primeiras semanas de maio oito campos, dezenas de túmulos e recuperaram mais de 300 imigrantes, incluídos cerca de 60 rohingyas, uma minoria muçulmana perseguida em partes de Bangladesh e Mianmar (Mianmar).

A polícia deteve, além disso, cerca de 30 suspeitos, incluído Patchuban Angchotipan, conhecido como “Ko Tong”, considerado um dos chefes do tráficos de pessoas na zona.

A operação tailandesa desencadeou uma crise de imigrantes ilegais na região, com a aparição de várias embarcações de imigrantes ilegais em águas indonésias e malaias.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) calcula que cerca de 25 mil pessoas zarparam em embarcações desde Bangladesh e Mianmar rumo à Malásia e outros países da região durante o primeiro trimestre de 2015, o dobro do número registrado no mesmo período de 2014.

Cerca de 3 mil desembarcaram na Indonésia e Malásia nas últimas semanas.

Um total de 2.621 imigrantes continuam presos no golfo de Bengala e o mar de Andaman, segundo dados divulgados hoje em uma conferência em Manila pelo Acnur e a Organização das Nações Unidas para as Migrações (OIM).

Indonésia e Malásia se comprometeram na semana passada a receber todos os imigrantes em alto-mar sempre que a comunidade internacional se comprometa a situá-los no prazo de um ano.

Representantes de 17 países e organizações se reunirão na sexta-feira em Bangcoc para abordar a crise. EFE

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