Médicos bolivianos pedem melhor investigação em caso de bebê violentado

  • Por Agencia EFE
  • 17/12/2014 17h27

La Paz, 17 dez (EFE).- Os médicos bolivianos de hospitais estatais realizaram nesta quarta-feira uma greve nacional de 24 horas para exigir que se respeitem os direitos de seus colegas detidos no contexto de uma investigação pela morte em novembro de um bebê de oito meses após ser supostamente violentado em um orfanato.

O presidente do Colégio Médico da Bolívia, Edgar Villegas, disse aos meios de comunicação que as autoridades da procuradoria estão acusando “sem provas científicas” uma dúzia de pessoas, entre elas vários médicos e enfermeiras, de infanticídio, estupro e cumplicidade.

“Queremos que este processo seja transparente e com as garantias que estabelece a Constituição para que haja uma defesa em liberdade e que se presuma a inocência”, declarou Villegas.

Além de parar suas atividades, os médicos, acompanhados por funcionários de saúde dos hospitais e estudantes de medicina, protagonizaram hoje diversas manifestações em La Paz.

O bebê Óscar Alexander foi transferido em 13 de novembro de um orfanato estatal ao Hospital da Criança de La Paz, onde foi reanimado após sofrer uma parada cardiorrespiratória, e posteriormente foi levado a outro hospital, uma vez que a unidade de terapia intensiva estava saturada.

As autoridades da procuradoria de La Paz disseram ontem que, após vários tipos de exames, foi confirmado que o menor foi abusado sexualmente e ordenaram a prisão preventiva do médico de turno no orfanato, embora ele defende sua inocência.

Villegas lamentou que os médicos estejam sendo acusados, mas não os responsáveis administrativos que deveriam controlar os hospitais e os orfanatos. “Eu acho que estão fazendo uma cortina de fumaça para deslindar responsabilidades”.

O vice-presidente do país, Álvaro García Linera, criticou a greve dos médicos e sustentou que as responsabilidades penais não se mudam com mobilizações e passeatas.

“Lamento esta atitude do grêmio dos médicos porque não faz nada bem nem ao grêmio nem à população” adeclarou García Linera à imprensa.

Por sua parte, o ministro da Saúde, Juan Carlos Calvimontes, qualificou a greve como ilegal e anunciou o desconto salarial correspondente pelo dia não trabalhado. EFE

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