Membro de oposição tolerada se candidata para eleições presidenciais na Síria
Beirute, 23 abr (EFE).- O deputado Maher Abdel Hafez Hayar, membro da oposição tolerada pelo regime sírio, apresentou a primeira candidatura às eleições presidenciais, previstas para o dia 3 de junho, informaram nesta quarta-feira os meios de comunicação oficiais.
Hayar, nascido em 1968 em Aleppo, apresentou sua candidatura ontem perante o Alto Tribunal Constitucional, segundo anunciou nesta quarta-feira o presidente do parlamento, Mohammed al Laham.
Casado e com uma filha, Hayar foi líder do movimento de esquerda na universidade dessa cidade, onde estudou linguística, e entrou no Partido Comunista sírio em 1984, do onde saiu em 2000 para formar uma liderança comunista independente em Aleppo.
Em 2003, o opositor fundou junto a outros dirigentes esquerdistas o Comitê Nacional Comunista da Síria e foi um de seus líderes até que a formação mudou seu nome para Partido da Vontade Popular, do qual se transformou em secretário-geral de seu conselho executivo.
Este grupo é um dos integrantes da Frente Popular para a Mudança e a Libertação (FPCL), um dos principais agrupamentos da oposição tolerada pelas autoridades e que conta com cadeiras no parlamento.
No pleito legislativo de 2012, Hayar concorreu com o FPCL por Aleppo e ficou em segundo na lista reservada para independentes, segundo a televisão oficial.
Hayar é o primeiro aspirante que se apresenta às eleições presidenciais. Os candidatos têm até o dia 1 de maio para entregar suas solicitações perante o Alto Tribunal Constitucional.
A nova Lei Eleitoral, aprovada em março, permite pela primeira vez em décadas que haja vários candidatos.
O artigo 30 da norma estabelece que os aspirantes a presidente devem ter pelo menos 40 anos, ter a nacionalidade síria e ser filhos de pais sírios, além de não dispor de antecedentes penais e não estar casados com uma estrangeira.
A lei estipula, além disso, que devem ter residido na Síria durante dez anos consecutivos contando desde a data de registro como candidatos e não podem ter uma segunda nacionalidade.
Estes dois pontos dificultam que concorram às eleições grande parte dos opositores, que estão exilados.
É previsível que o atual presidente, Bashar al Assad, que está no cargo desde 17 de julho de 2000, pouco depois do falecimento de seu pai, Hafez al-Assad, se postule para um terceiro mandato.
Nos últimos meses, o regime sírio foi oferecendo indícios que apontam que Al-Assad deve ser apresentar. EFE
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