Menos colombianos acreditam em acordo de paz com as Farc

  • Por Agencia EFE
  • 27/03/2015 22h10

Bogotá, 27 mar (EFE).- O percentual de colombianos que acredita em um acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) caiu sete pontos nos últimos dois meses e ficou em 40% da população, de acordo com a pesquisa divulgada nesta sexta-feira, realizada pela Cifras y Conceptos.

Realizada entre 20 e 23 de março com 2.751 entrevistas em todo o país, a pesquisa indicou que o numero de pessimistas aumentou em relação a janeiro, quando 44% dos consultados afirmou que não achava que as negociações com a guerrilha terminariam bem.

O último resultado mostrou que 52% não acreditam que haverá acordo de paz, e 8% não souberam responder.

A quantidade de pessoas que acredita que a solução para o conflito é a derrota militar das Farc, subiu de 28% em janeiro para 34% em março, de acordo com a pesquisa encomendada pela “Caracol Radio y Red Más Noticias”.

A opinião dos colombianos sobre algumas das medidas mais relevantes alcançadas em Havana nas negociações entre o governo e as Farc também foi perguntada.

O acordo para eliminar as minas terrestres e outros explosivos do país recebeu 74% de aprovação da população, assim como a Criação da Comissão de Paz (65%).

No entanto, essas foram as duas únicas resoluções apoiadas por mais da metade dos entrevistados. As outras medidas, como a suspensão dos bombardeios aos acampamentos das Farc por um mês e a viagem de comandantes das Forças Militares a Cuba, receberam, respectivamente, 45% e 40% de aprovação.

A desconfiança em relação ao cumprimento dos acordos por parte dos guerrilheiros é predominante: 70% não acreditam que eles irão retirar as minas e explosivos do país e 78% não acreditam que eles deixarão de recrutar menores de 17 anos ou que manterão o cessar-fogo unilateral indefinido.

De todos os sacrifícios que os cidadãos colombianos estão dispostos a fazer para alcançar a paz, o menos tolerado é a possibilidade de conceder, sem escolha popular, cadeiras no Congresso a líderes guerrilheiros condenados – 82% discordam – ou incluir desmobilizados das Forças Armadas – 78% discordam.

Sobre a justiça de transição, aplicada em um eventual pós-conflito, 85% dos entrevistados não concordam que líderes deixem de ser presos, mesmo percentual de pessoas que se opõe à alternativa de nenhum dos desmobilizados cumprir pena.

Entre as opções da pesquisa, a possibilidade de justiça mais bem aceita (33% de apoio) é determinar um padrão de punição para os líderes da guerrilha: entre cinco e oito anos de prisão, como aconteceu em 2006 na desmobilização dos paramilitares da Autodefesas Unidas Colômbia (AUC). EFE

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