Milhares de haitianos protestam para exigir a libertação de opositores

  • Por Agencia EFE
  • 31/10/2014 03h43

Porto Príncipe, 30 out (EFE).- Milhares de pessoas marcharam nesta quinta-feira em Carrefour, uma cidade nos arredores de Porto Príncipe, a capital do Haiti, para exigir a libertação dos manifestantes e ativistas políticos detidos durante os recentes protestos contra o governo do país.

Os manifestantes reivindicaram, entre outras coisas, a imediata libertação dos presos políticos, incluindo o porta-voz da Força Patriótica pelo Respeito à Constituição (Fopark, sigla em língua crioula), Rony Timothée, e o ativista político Byron Odigé, presos durante a manifestação realizada contra o governo no domingo passado.

A marcha foi organizada pela oposição política do Haiti e começou nas paróquias católicas de Nossa Senhora do Perpetuo Socorro e São João Bosco, localizadas no centro de Porto Príncipe, até chegar à prisão de Carrefour, para exigir a libertação de Timothée e Odigé.

No entanto, uma das líderes da Rede Nacional para a Defesa dos Direitos Humanos (RNDDH), Marie Yolene Gilles, disse que os presos Byron Odigé e Rony Timothée foram transferidos para outra prisão por razões de segurança.

“A manifestação de hoje é um sucesso total, exigimos o fim da perseguição política,” disse o advogado e ativista político André Michel.

Michel também opinou que o grande número de participantes do protesto demonstra, mais uma vez, que os cidadãos querem a saída do presidente Michel Martelly.

Outro ativista, Serge Jean-Louis, do Movimento Patriótico da Oposição Democrática (Mopod), disse que sua organização condena os atos de violência supostamente cometidos pela polícia contra os manifestantes durante as muitas mobilizações no país, particularmente em Porto Príncipe.

A Plataforma das Organizações Haitianas de Direitos Humanos (POHDH) e a RNDDH também exigiram a “libertação dos presos políticos e manifestantes detidos ilegalmente”.

Rony Timothée e Byron Odigé foram detidos no domingo passado, enviados para uma penitenciária de Carrefour e, após cinco dias, ainda não foram ouvidos por um juiz.

Por outro lado, 18 pessoas também foram detidas durante uma manifestação, que foi violentamente reprimida em Porto Príncipe no dia 17 de outubro, quando se celebrou o 208º aniversário do assassinato de Jean-Jacques Dessalines, fundador da nação haitiana.

Além disso, a Polícia Nacional deteve três manifestantes durante uma mobilização para exigir o fornecimento de eletricidade na cidade de Aux Cayes, capital do departamento (estado) do Sul. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.