Milhares se reúnem em Baltimore após promotoria acusar policiais

  • Por Agencia EFE
  • 02/05/2015 18h54

Washington, 2 mai (EFE).- Milhares de manifestantes se reuniram nesta terça-feira em frente prefeitura de Baltimore em um novo dia de protestos, mas com um clima mais calmo após o anúncio ontem do indiciamento de seis policiais pela morte do jovem negro Freddie Gray.

Parte dos manifestantes percorreu o trajeto desde o bairro onde vivia Gray, Gilmor Homes, até o centro da cidade, onde fica a prefeitura, e onde diversos líderes comunitários discursaram.

As manifestações de hoje contrastaram com os violentos distúrbios e saques ocorridos no início de semana depois do funeral de Gray, de 25 anos, que sofreu uma grave lesão na coluna que causou sua morte uma semana após ser detido.

Os protestantes, grande parte deles vindos de outras partes do país e com cartazes como “Quem controla a polícia de Baltimore”?, comemoraram a acusação dos seis policiais ontem pela promotoria estadual da cidade, Marilyn Mosby, que afirmou considerar a morte de Gray um homicídio provocado por más condutas durante uma detenção “ilegal”.

Kwame Rose, um dos líderes comunitários, assinalou ao jornal “Baltimore Sun” que “é preciso trabalhar dentro do sistema para derrubar o sistema”, ao rejeitar o uso da violência.

Malik Shabazz, presidente nacional do grupo Advogados Afro-americanos pela Justiça e organizador da manifestação, ressaltou que “se trata de continuar a luta pela justiça contra a brutalidade policial e reconhecer a dor e o sofrimento da população negra em Baltimore”.

Nas últimos dias, a cidade, que fica a apenas 60 quilômetros de Washington DC, foi retomando pouco a pouco a normalidade, embora ainda vigore o toque de recolher entre às 10 da noite e às 5 da manhã decretado pelo governador do estado de Maryland.

Também participou da manifestação o congressista democrata por Maryland, Elijah Cummings, que destacou que “a triste morte de Gray finalmente criou um movimento”.

“Isto é o começo de algo grande. Acho que fará com que os departamentos de polícia de todo o país repensem como tratam as pessoas que detêm”, recalcou Cummings. EFE

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