Missão internacional seguirá sem usar armas em investigação na Ucrânia

  • Por Agencia EFE
  • 01/08/2014 16h43

Bruxelas, 1 ago (EFE).- A missão internacional que está no leste da Ucrânia, onde no dia 17 de julho caiu o avião da Malaysia Airlines, trabalhará sem armas por enquanto, apesar da “instável” situação de segurança no terreno, afirmou nesta sexta-feira o primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte.

Rutte explicou em entrevista coletiva em Haia que a missão conta atualmente na Ucrânia com 332 membros da Holanda e Austrália, e na quinta-feira se uniram outros 68 investigadores da Malásia, uma equipe que aumentará gradualmente.

A Holanda prevê enviar em curto prazo outros 60 legistas e 60 agentes da Polícia Militar, depois que o Parlamento ucraniano ratificou na quinta-feira o acordo alcançado para enviar uma missão policial internacional que se encarregaria de garantir a segurança dos investigadores no local da tragédia.

O acordo estipula que a missão estará composta por não mais que 700 soldados armados de Holanda, Austrália e Malásia, e seu mandato concluirá assim que terminar a investigação sobre a catástrofe aérea.

O pessoal poderá levar armamento e “recorrer à força em defesa própria e no cumprimento das atividades contempladas no acordo”, diz o documento.

No entanto, Rutte afirmou que os responsáveis pela missão querem seguir trabalhando “sem armas” por enquanto.

Hoje, uma equipe de 70 analistas holandeses e australianos chegou pela primeira vez ao local onde caiu o Boeing da Malaysia Airlines com 298 passageiros a bordo, supostamente após ser derrubado por um míssil lançado de território pró-Rússia.

O chefe da missão de repatriação dos corpos, Pieter-Jaap Aalbersberg, explicou em um comunicado divulgado pelo governo holandês que a equipe conseguiu encontrar alguns restos humanos no local do acidente e pertences pessoais na área.

Os restos humanos foram levados a Soledar, a 90 quilômetros do local do acidente, onde serão guardados e amanhã serão levados em vagões de trem refrigerados a Kharkiv, a base logística da missão, e transportado “o mais rápido possível” (após uma análise legista inicial) de avião a Eindhoven.

Soledar será a nova base da missão, porque dali o local do acidente é mais facilmente acessível, de acordo com Aalbersberg, que indicou que a Ucrânia ofereceu um “campus” onde há uma escola, um complexo esportivo e uma clínica que podem utilizar.

Nesta noite dormirão cerca de 120 membros da missão na nova base, disse, que descansarão amanhã, quando serão transferidas outras quatro equipes com 20 analistas cada um à área onde caiu o MH17.

“Trabalharemos em pleno rendimento no domingo e na segunda-feira com cinco equipes. Nos próximos dias também podemos enviar mergulhadores e cães especialmente treinados” para este tipo de trabalho, destacou.

Aalbersberg disse desconhecer quanto tempo a missão terá que trabalhar no terreno, porque isso “dependerá das circunstâncias”, mas “definitivamente vamos necessitar de várias semanas”, afirmou.

Por outro lado, Rutte explicou que 207 analistas policiais holandeses recebem apoio de especialistas de Brasil, Austrália, Nova Zelândia, Reino Unido, Alemanha, Bélgica, Malásia, África do Sul e Estados Unidos para o processo de identificação das vítimas na base militar de Hilversum, no norte da Holanda.

Hoje foi identificada uma segunda vítima, de nacionalidade holandesa, confirmou Rutte, que explicou que o governo apresentará semanalmente, a cada sexta-feira, um relatório sobre o processo, mas advertiu que este pode durar “meses”.

No acidente morreram 298 pessoas, das quais 196 eram de nacionalidade holandesa. Por enquanto, chegaram à base 228 féretros, mas os restos que contém cada um deles não devem corresponder a apenas uma vítima. EFE

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