Morre aos 75 anos Cynthia Powell, a primeira mulher de John Lennon

  • Por Agencia EFE
  • 01/04/2015 14h50

Londres, 1 abr (EFE).- A primeira esposa do ex-Beatle John Lennon, Cynthia Powell, morreu nesta quarta-feira, aos 75 anos, em sua casa em Mallorca, na Espanha, após uma “breve luta contra o câncer”, informou a família.

Seu filho, Julian Lennon, publicou uma mensagem em seu site onde contou que esteve ao lado da mãe até o último momento e pediu “respeito à privacidade” da família.

John e Cynthia se casaram em agosto de 1962 em Liverpool, em uma cerimônia com a presença dos três componentes dos Beatles – Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr -, e se tornaram pais em abril 1963, com o nascimento de Julian. O casal se conheceu em 1957 e se casou ainda nos primeiros anos de fama do quarteto.

Cynthia foi testemunha do crescimento da banda até 1968, quando se divorciou de Lennon, que já tinha conhecido Yoko Ono, sua segunda mulher. Durante os primeiros anos de sucesso do grupo, John evitou expor o seu casamento aos holofotes, e grande parte dos fãs desconhecia o matrimônio e a paternidade.

Após um conturbado processo de divórcio, o casal chegou a um acordo pelo qual o músico se comprometeu a pagar 100 mil libras (R$ 46.837) a Cynthia e lhe deu a guarda de Julian. Documentos desse processo se tornaram público este ano. Neles, a defesa de Cynthia apresentou o músico como um homem com mudanças de humor repentinas, que repreendia com agressividade seu filho e abusava das drogas.

Em entrevista em 2009, por ocasião de uma exposição em Liverpool com suas fotografias e cartas, a ex-mulher de Lennon afirmou à “BBC” que nem ela nem seu filho guardavam “rancor de ninguém”.

“Como era a personalidade de John? Posso dizer que não era alguém que eu quisesse enfrentar. O amava e o odiava, e continua sendo assim agora, embora não esteja aqui”, explicou.

Hunter Davies, autor da única biografia oficial dos Beatles, escrita em 1968, explicou hoje à imprensa local que Cynthia Powell era uma mulher “calada, reservada e tranquila, totalmente diferente de John”, que a tratou “horrivelmente”.

“Enquanto trabalhei no livro, passei mais de dois anos com eles. Visitava sua casa e passava tempos com o casal. Era uma mulher maravilhosa”, descreveu Davies.

“Acho que entre eles acontecia uma atração de polos opostos. Quando começaram a sair na escola de arte, todo o mundo se surpreendeu. Ela era refinada e reservada. Ninguém pensava que aquilo duraria”, lembrou.

John “dormiu com Yoko em sua cama e, como soubemos depois, também a agrediu fisicamente” afirmou o biógrafo. EFE

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