Mugabe é destituído da liderança do partido governante do Zimbábue

  • Por EFE
  • 19/11/2017 11h39
Monte Carlo: os bastidores do GP de Mônaco Jeremy Lock (USAF) | Wikimedia Commons A decisão do Comitê Central da ZANU-PF abre o caminho para que o parlamento aprove uma moção de censura para expulsar da presidência da nação o veterano líder, de 93 anos

O Comitê Central do partido do presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, a União Nacional Africana do Zimbábue-Frente Patriótica (ZANU-PF), decidiu neste domingo destitui-lo como líder da legenda e lhe substituiu pelo ex-vice-presidente, Emmerson Mnangagwa, segundo informam meios de comunicação locais.

Em reunião extraordinária convocada depois que as seções provinciais retiraram seu apoio a Mugabe, o principal órgão executivo do partido escolheu como novo líder provisório o vice destituído na semana passada após as pressões da facção vinculada às ambições da primeira-dama, Grace Mugabe, de suceder seu marido no poder.

A ZANU-PF encerra assim a liderança do seu fundador, que governou o país durante os últimos 37 anos.

Antes da reunião, realizada a portas fechadas, o presidente do Comitê, Obert Mpofu, se referiu a Mugabe perante a imprensa local como “presidente em fim de mandato” e elogiou a intervenção das forças armadas, que abrem uma “nova era, não só para o partido, mas para o país”.

Mpofu considerou ainda que o presidente do país tinha feito um grande trabalho “até que Grace e seus parceiros se aproveitaram dele quando envelheceu”.

A decisão do Comitê Central da ZANU-PF abre o caminho para que o parlamento aprove uma moção de censura para expulsar da presidência da nação o veterano líder, de 93 anos, segundo o jornal “NewsDay”.

As informações apontam que a sessão parlamentar para acabar com a era Mugabe poderia acontecer na próxima terça-feira e que a moção contaria com o apoio da ZANU-PF e da oposição.

Mugabe reúne-se hoje com os comandantes do exército – que o mantêm sob prisão domiciliar desde o levante de terça-feira – para negociar sua renúncia, embora nos últimos dias tenha se negado a ceder o poder.

As forças armadas buscam forçar a renúncia do presidente ou que seja destituído pelo parlamento para evitar a intervenção de organismos internacionais como a União Africana (UA) e a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), que não veem com bons olhos uma mudança no poder através de um golpe de Estado.

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