Mundo nunca teve tantos refugiados: 65 milhões apenas em 2015
No Dia Mundial do Refugiado, um levantamento assustador: nunca na história da humanidade existiram tantas pessoas afetadas por guerras e conflitos no planeta ao mesmo tempo. Segundo o relatório anual de tendências globais do Alto Comissariado das Nações Unidas, divulgado nesta segunda-feira, 65,3 milhões de pessoas foram obrigadas a deixar suas casas em 2015. No ano anterior, o número girava em torno de 59 milhões.
Isso não representa só um crescimento elevadíssimo de quase 10% como um novo recorde. O oficial de informação pública da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR Brasil), Luiz Fernando Godinho, comentou os números em entrevista exclusiva à repórter Jovem Pan Carolina Ercolin.
Godinho afirma que os números do relatório revelam uma tendência preocupante de crescimento: “É a confirmação de uma tendência de crescimento que tem sido verificada nos últimos anos. Cada ano vemos o recorde sendo quebrado, o que mostrar que os conflitos e as perseguições do mundo estão representando um impacto humanitário cada vez maior. Os 75,3 milhões de pessoas deslocadas por guerras e conflitos corresponde à população de países como Reino Unido, França e Itália”.
O oficial da ONU defende uma resposta coordenada da comunidade internacional e alerta que 51% do total dos refugiados são crianças. Godinho ressalta que é preciso também solucionar conflitos antigos: “O fato de ter simultaneamente grandes conflitos, que causam deslocamento, e conflitos antigos, que nunca são solucionadas, é uma combinação dramática, que gera mais deslocados e impede que as pessoas que se encontram em refúgio retornem a sua casa”.
A Síria é apontada como a nação que mais gera deslocados e refugiados na história da humanidade. Godinho afirma que o Brasil oferece uma boa política humanitária para quem saiu de seu país: “O positivo no Brasil é uma política humanitária bastante avançada. O país mantém as portas abertas, recebe estrangeiros que chegam aqui para solicitar refúgio, analisa os casos e dá a eles todas as ferramentas para que possam integrar socioeconomicamente no país”.
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