Netanyahu não descarta governo de união nacional com União Sionista

  • Por Agencia EFE
  • 29/03/2015 05h15

Jerusalém, 29 mar (EFE).- O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, não descartou a possibilidade de formar um governo de união nacional com a União Sionista se as negociações com os partidos nacionalistas fracassarem, publicou neste domingo o jornal “Yedioth Ahronoth”.

As “reivindicações irracionais” dos pequenos partidos de direita convenceram Netanyahu de não descartar a opção de um governo mais amplo com a coalizão liderada pelo trabalhista Isaac Herzog e pela centrista Tzipi Livni, disseram fontes do Likud, que ganhou as eleições do último dia 17.

Segundo estas fontes, o primeiro-ministro preferiria um governo unicamente com os 18 deputados do Partido Trabalhista, embora seja improvável que Herzog desfaça seu pacto pré-eleitoral com o partido Hatnuah, de Livni, que tem seis cadeiras.

“Netanyahu entende que a opção de um governo com o Trabalhismo é a menos pior das que tem hoje a seu alcance”, disseram as fontes que não quiseram se identificar.

As negociações para a formação do governo começaram esta semana com os dois partidos nacionalistas Yisrael Beiteinu e Lar Judaico, os ultra-ortodoxos do Shas e do Judaísmo Unido da Torá e da centro-direita Kulanu.

As primeiras conversas, segundo a imprensa local, foram mais duras do que o esperado pelos negociadores do Likud, que criticaram as reivindicações “irracionais”.

“Netanyahu tem que lidar com pequenos e médios partidos de direita que apresentaram reivindicações irracionais tanto no que concerne aos ministérios exigidos como com as linhas do governo”, explicaram as fontes.

E asseguram que nem sequer Netanyahu, que saiu da eleição com uma popularidade sem precedentes nos últimos dois ou três anos, “pode aceitá-las”.

As principais divergências surgiram com o dirigente de Kulanu, Moshé Kahlon, que boicotou a primeira sessão porque o primeiro-ministro entregou aos ultra-ortodoxos duas pastas não ministeriais que são cruciais para as reformas que prometeu ligadas a habitação e inflação.

Também com Yisrael Beiteinu surgiram divergências em torno da reivindicação de seu presidente, Avigdor Lieberman, de continuar a ser ministro das Relações Exteriores e não gostou da possibilidade de uma rotação de dois anos com algum dirigente do Likud.

Os avanços mais concretos foram nas negociações com as formações ortodoxas, ausentes do governo nos dois últimos anos.

Embora por enquanto os comentaristas interpretem as ameaças do Likud como uma tática para persuadir estes partidos a cederem, o certo é que nos últimos dias vários deputados do partido contataram colegas trabalhistas para sondar posturas.

“Contra toda impressão há, e não são poucas, vozes dentro do trabalhismo que consideram apropriada a possibilidade de um governo de união nacional”, indicaram as fontes do Likud ao “Yedioth Ahronoth”.

Na última semana tanto Netanyahu como Herzog deixaram de afirmar aos jornalistas que não sentariam juntos em um executivo de coalizão, indício de que essas promessas eleitorais podem ter saído da mesa de negociação. EFE

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