Obama assina lei que impede iraniano de assumir como embaixador na ONU

  • Por Agencia EFE
  • 18/04/2014 21h05

Washington, 18 abr (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou nesta sexta-feira uma lei que impedirá Hamid Abutalebí de assumir como embaixador do Irã perante a ONU por conta de seu suposto vínculo com a tomada da embaixada dos EUA em Teerã em 1979.

A lei proíbe a entrada nos EUA como um representante da ONU qualquer pessoa que em seu passado tenha tido um vínculo com a espionagem ou com qualquer atividade terrorista e ainda represente uma ameaça para a segurança americana.

Isto bloqueia a nomeação de Hamid Abutalebí, um membro do grupo de estudantes muçulmanos que deteve 52 americanos como reféns durante 444 dias na embaixada americana em Teerã, como embaixador do Irã perante a ONU.

Abutalebí insistiu que sua participação no grupo se limitou à tradução e à negociação.

Sobre este caso, o Irã acusou os EUA de estabelecerem um perigoso precedente ao violar o direito dos Estados soberanos a designar representantes perante as Nações Unidas.

A disputa acontece em um momento delicado, em meio aos esforços entre os dois países para descongelar as relações exteriores e chegar a um acordo firme sobre o programa nuclear iraniano.

“Os atos de espionagem e terrorismo contra os Estados Unidos e nossos aliados são problemas que certamente revestem a maior gravidade, e compartilho a preocupação do Congresso de que os indivíduos que participaram desta atividade poderiam utilizar a cobertura da diplomacia para obter acesso a nossa nação”, apontou Obama após assinar a lei.

No entanto, Obama disse que não permitirá que este texto legislativo interfira em sua autoridade executiva para receber ou rejeitar embaixadores.

“Restringir por lei minha autoridade constitucional a receber ou rejeitar os embaixadores não é uma situação admissível e nem prática”, acrescentou.

Abutalebí é atualmente secretário político no gabinete do presidente do Irã, Hassan Rohani.

Após conhecer em março sua designação como embaixador perante a ONU, meios de informação internacionais o vincularam com a tomada da embaixada dos EUA em Teerã em 4 de setembro de 1979, meses depois do triunfo da Revolução Islâmica.

Apesar de suas negativas e que não terem sido apresentadas provas de que estivesse envolvido em maior medida no sequestro, sua mera relação com o mesmo faz com que sua nomeação seja vista como uma afronta por alguns setores americanos.

Entre os mais indignados se encontra o senador republicano Ted Cruz, que simpatiza com o movimento ultraconservador Tea Party e que introduziu a lei no Senado que hoje foi rubricada pelo presidente. EFE

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