Obama insiste no compromisso dos EUA de defender o Japão como aliado

  • Por Agencia EFE
  • 24/04/2014 06h37

Tóquio, 24 abr (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, insistiu nesta quinta-feira que a aliança de segurança entre Washington e Tóquio representa o compromisso de seu país na defesa de todo o território japonês, “inclusive as ilhas Senkaku”.

Em entrevista coletiva realizada hoje em Tóquio, durante sua visita de Estado ao Japão, Obama afirmou que os EUA não discutem questões de soberania, mas explicou que o arquipélago (Diaoyu em chinês) reivindicado por Pequim “foi historicamente administrado pelo Japão e não acreditamos que essa situação deva mudar de maneira unilateral”.

Esta foi a primeira vez que o presidente americano se pronunciou claramente sobre a obrigação de defender as ilhas Senkaku, mas, mesmo assim, Obama fez questão de ressaltar que a postura de Washington “não mudou” nesse sentido.

“Não sou eu quem determina esta linha vermelha, é uma linha padrão que foi seguida por todas as administrações anteriores à minha com base no tratado”, afirmou.

O presidente americano defendeu, no entanto, que o conflito diplomático entre os dois países, “seja resolvido de maneira pacifica, sem provocações”.

Obama quis, em qualquer caso, estender sua mão para a China, e afirmou que os EUA possuem “fortes relações” com o gigante asiático, ao destacar que se trata de um “país crucial com o qual existem enormes oportunidades para cooperar em terrenos como o comercial, o do crescimento econômico e o das mudanças climáticas”.

Na entrevista coletiva, oferecida em conjunto com o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, Obama também destacou que Pequim tem um papel “capital” na hora de cooperar para exercer mais pressão sobre o regime norte-coreano, para que este mude seu rumo e decida pela desnuclearização.

Nesse sentido, o presidente americano lembrou que a Coreia do Norte apostou, com suas “ações provocativas”, em ser “o país mais isolado do mundo” e que para se transformar em um Estado “normal” e terminar com o sofrimento de seu povo “deve se comportar como tal, o que passa pela sua desnuclearização”.

Obama não se mostrou “convencido” que Pyongyang abandone em breve seus programas de mísseis e armas atômicas, mas que “trabalhando em conjunto com China, Japão e a República da Coreia (nome oficial da Coreia do Sul) para exercer mais pressão” sobre o regime, este finalmente decidirá mudar de rumo.

Em relação às negociações para a assinatura do Acordo de Associação Transpacífico (TPP), Obama, disse que este é o momento de dar “passos contundentes” para que Japão e EUA superem suas diferenças e avancem nesse terreno.

O presidente dos Estados Unidos garantiu que ambas as partes “fizeram um grande progresso no que se refere ao TPP” e que seguirão negociando para conseguir um acordo que ofereça maior acesso a setores tradicionalmente fechados da economia japonesa, como o agrícola.

O acordo, de cujas negociações também participam Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura e Vietnã, tem a pretensão de se tornar um dos tratados de livre-comércio mais ambiciosos do planeta. EFE

asb/rpr

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.