OLP encerra acordo de coordenação sobre segurança com Israel

  • Por Agencia EFE
  • 05/03/2015 18h52

Ramala (Cisjordânia), 5 mar (EFE).- A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) adotou nesta quinta-feira uma resolução que suspende a coordenação em matéria de segurança com Israel.

O Comitê Central da OLP, em sua XXVII conferência, realizada na Muqata, a sede presidencial palestina na cidade cisjordaniana de Ramala, analisou entre ontem e hoje a situação política, “à luz das violações israelenses e crimes contra o povo palestino, assim como a inatividade de atores significativos da comunidade internacional”, assinalou a nota.

E alinhado com o debate no seio da OLP, a organização “decidiu suspender todas as formas de coordenação em segurança com Israel devido às sistemáticas vulnerações de suas obrigações dos acordos assinados”.

Este organismo da OLP, integrado por 124 membros escolhidos do Conselho Nacional Palestino (CNP), resolveu manter intactas as instituições da Autoridade Nacional Palestina (ANP), criada em 1994 após a assinatura, no ano anterior, dos acordos de paz de Oslo rubricados com Israel.

“A ANP foi o resultado da luta nacional do povo palestino para passar da ocupação à independência. Suas instituições devem ser mantidas e não devem ser dissolvidas”, indicou a resolução, que põe fim a especulações que apontavam sua possível dissolução.

Outra das medidas aprovadas no congresso foi a de boicotar todos os produtos israelenses e não só aqueles vindos de assentamentos judaicos.

Também foi formalizada hoje a decisão de rejeitar toda tentativa de Israel de ser reconhecido como Estado judeu, “assim como a islamização da região adotada por entidades extremistas”.

No plano interno e sem mencionar o grupo islamita Hamas, a OLP defendeu reforçar a reconciliação nacional palestina de modo alinhado aos acordos relevantes, medida que “facilitará a reconstrução de Gaza, que sofre com o bloqueio ilegal e prolongado de Israel”, país que foi definido como “potência ocupante”.

Outra resolução prevê a realização “o mais rápido possível” de eleições presidenciais e parlamentares, incluídas do Conselho Nacional Palestino.

Além disso, tratou do apoio às iniciativas diplomáticas palestinas, incluídas a adesão a tratados e organizações internacionais, com o objetivo de insistir que a comunidade internacional torne Israel responsável por “violações sistemáticas do direito internacional”.

Nesta linha, reiterou o apoio ao Alto Comitê Nacional para o Tribunal Penal Internacional (TPI), onde a Palestina deve se tornar membro de pleno direito em 1º de abril.

A OLP não desistiu de formular na Liga Árabe um novo projeto de resolução para o Conselho de Segurança da ONU que ponha uma data limite à ocupação dos territórios que Israel tomou na Guerra dos Seis Dias, em 1967, depois de fracassar uma tentativa em dezembro. EFE

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