ONU pede investigação “transparente” sobre mortes na Venezuela

  • Por Estadão Conteúdo
  • 25/04/2017 08h44
SHM96. MIAMI (FL, EE.UU.), 19/04/2017.- Venezolanos participan en una protesta hoy, miércoles 19 de abril 2017, frente a la Torre de la Libertad, en el centro de Miami, Florida (EE.UU.). Como parte de las manifestaciones convocadas en Venezuela por la opositora Mesa de la Unidad Democrática (MUD), los residentes originarios de este país protestaron contra el Gobierno que encabeza Nicolás Maduro y, entre banderas tricolores, pidieron "libertad para los presos políticos". EFE/Giorgio Viera GIORGIO VIERA/EFE crise na venezuela - efe

A ONU pede que o governo de Caracas garanta “investigações transparentes” em relação às mortes ocorridas nos últimos dias na Venezuela, no contexto de protestos realizados em diversas cidades do país.

“Estamos profundamente preocupados com a escala de violência na Venezuela”, declarou Ravina Shamdasani, porta-voz do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos. “Pedimos que as forças de ordem atuem e operem respeitando suas obrigações”, alertou, numa referência às suspeitas de violação de direitos humanos. “A administração desses protestos precisa estar dentro de padrões internacionais”, insistiu, alertando que o uso da força seja evitado.

“Pelo menos 23 mortes foram supostamente relatadas e o contexto não está claro”, disse. “Pedimos que esses incidentes sejam investigados. Mas essas investigações precisam ser transparentes”, afirmou.

Para a população, o escritório da ONU também faz um apelo. “Solicitamos que usem meios pacíficos para fazer suas vozes serem ouvidas”, disse.

Por anos, o governo de Caracas tem rejeitado a entrada de missões da ONU relacionadas com apurações sobre direitos humanos. Na semana passada, a ONU já havia alertado ao governo venezuelano de Nicolás Maduro que sua iniciativa de entregar armas à população apenas faria aumentar o risco de um confronto no país.

“Dar armas a civis implica um risco muito alto”, alertou Rupert Colville, porta-voz do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos, órgão que ao longo dos anos tem tentado aproximar a oposição ao governo de Maduro, sem sucesso. “O que se necessita nesse contexto de conflito é que a tensão seja reduzida, não que seja incrementada. Quanto maior o número de armas pelas ruas, maior a possibilidade de que possam ser usadas”, disse Colville

Maduro anunciou a aprovação de um plano para expandir para 500 mil os membros da milícia bolivariana. Segundo ele, o grupo estará em todo o território para a “defesa do país”. “Uma arma para cada miliciano”, prometeu Maduro, em um anúncio na noite de ontem por radio e televisão.

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