Opositores sírios pedem a saída de “mercenários” do país

  • Por Agencia EFE
  • 28/05/2015 14h44

Astana, 28 mai (EFE).- A maioria dos negociadores da oposição síria pediram nesta quinta-feira “a saída de todos os mercenários do país”, informou em entrevista coletiva Ammar Abdul Hamid, ativista e participante das conversas.

Diversos grupos da oposição, 27 pessoas ao total, se reuniram durante dois dias, a portas fechadas, em Astana, a capital do Cazaquistão, para tentar encontrar soluções para o conflito sírio. Contudo, a ausência de representantes do governo de Bashar al-Assad minimizou a importância do diálogo.

O filósofo sírio Nabi Sarbast, um dos participantes do encontro, disse que a saída dos mercenários “deveria ser acompanhada da recuperação do exército para proteger à população civil e a criação de um estado pluralista”.

O ministro das Relações Exteriores do Cazaquistão, Erlan Idrissov, afirmou que a intenção de seu país era “contribuir para criar as condições favoráveis para o diálogo entre os representantes da oposição síria”.

“Não interferimos nas negociações, apenas usamos nosso país como centro de encontro”, declarou.

Conforme explicou, um grupo da oposição síria pediu ao presidente do Cazaquistão, Nursultan Nazarbayev, que propiciasse as condições para o diálogo.

“Para nós, é necessário prevenir a desestabilização da região, por conta do nascimento do Estado Islâmico”, acrescentou o ministro, que informou que seu país acredita que a solução do problema sírio deve ser por via pacífica.

“São os sírios os que têm que negociar e trazer a paz a seu país. O desafio do resto do mundo, incluindo o Cazaquistão, é criar as condições para a paz nesta nação e acabar com o longo sofrimento”, declarou.

O analista político cazaque e diretor do “Grupo de Avaliação de Riscos”, Dosym Satpayev, disse à Agência Efe que “a ausência dos representantes do governo minimizou a importância das negociações”.

“A oposição prefere se reunir no Cazaquistão, porque a Rússia apoia o regime de Bashar al-Assad”, justificou.

Antes das conversas de Astana, alguns grupos da oposição e representantes do governo se reuniram em Moscou (Rússia).

O especialista ressaltou “os efeitos que o conflito sírio poderia ter na segurança da Ásia Central, como a ativação das células do Estado Islâmico no Afeganistão.” EFE

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