“Pai coragem” do Sewol encerra greve de fome depois de 46 dias

  • Por Agencia EFE
  • 28/08/2014 02h02

Seul, 28 ago (EFE).- O pai de uma das vítimas da embarcação sul-coreano Sewol pôs fim nesta quinta-feira à greve de fome que mantinha há 46 dias em protesto contra o governo, e que inspirou dezenas de milhares de pessoas que se uniram “online” a sua causa.

Kim Young-oh, pai de um dos 250 estudantes mortos no naufrágio, se transformou em símbolo da luta das famílias por uma investigação independente sobre a tragédia, ao ser internado na sexta-feira com graves sintomas de desnutrição.

Após quase uma semana hospitalizado, Kim decidiu hoje pôr fim ao jejum a pedido de seus familiares, preocupados com seu deteriorado estado de saúde, anunciou seu porta-voz.

No entanto, outros parentes de vítimas pretendem continuar com o acampamento, e alguns deles se manterão em greve de fome, acrescentou o representante dos protestantes, Yoo Kyung-geun, em declarações à agência de notícias “Yonhap”.

Há mais de um mês Kim e centenas de familiares das 304 pessoas que perderam a vida na tragédia de 16 de abril acamparam para protestar contra o governo na emblemática praça de Gwanghwamun de Seul.

Durante o acampamento Kim e outros familiares das vítimas começaram uma greve de fome, iniciativa à qual uniram mais de 25 mil pessoas através do site http:// sewolho416.org/2363.

A página oferece aos internautas a possibilidade de aderir por pelo menos um dia ao jejum voluntário dos parentes, e foi criada já que a praça em que estão concentrados não é grande o suficiente para acomodar todos aqueles que se solidarizam com a causa, explicaram os criadores do site.

Os familiares das vítimas exigem que os deputados do parlamento aprovem uma lei para iniciar uma investigação independente, o que por enquanto não aconteceu apesar de duas propostas feitas pelos principais partidos sul-coreanos.

Os manifestantes concentrados na praça desconfiam do governo, e muitos acreditam que ele é responsável parcial pelo naufrágio que revelou a existência de práticas corruptas entre entidades públicas e privadas sul-coreanas. EFE

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