Papa pede à América Latina que evite leis que fomentem repressão e controle

  • Por Agencia EFE
  • 07/07/2015 23h53

Quito, 7 jul (EFE).- O papa Francisco pediu nesta terça-feira ao Equador e aos demais povos latino-americanos para que deixem de lado em suas leis qualquer tipo de repressão, controle ou diminuição de liberdades individuais.

A mensagem foi enviada pelo pontífice durante um encontro com a sociedade civil equatoriana na igreja de San Francisco de Quito, um dos atos da viagem papal pela América do Sul que o levará também à Bolívia e ao Paraguai.

Francisco destacou como o Equador e outros países do continente estão enfrentando novos desafios que requerem a participação de todos os atores sociais. E citou alguns deles, como a concentração urbana, o consumismo, a crise da família, o desemprego e as tensões que constituem uma ameaça à convivência social.

“As normas e as leis, assim como os projetos da comunidade civil, tem de procurar a inclusão, abrir espaços de diálogo, de encontro e deixar para trás qualquer tipo de repressão, o controle desmedido e a diminuição de liberdades”.

Para Francisco, a esperança de um futuro melhor para os países sul-americanos começa pela criação de emprego e pelo crescimento econômico que chegue a todos. Usou como exemplo a crise na Europa, onde o desemprego entre os jovens chega a 50% em algumas regiões.

O papa citou o fenômeno dos “nem-nem”, jovens que não estudam e nem trabalho, destacando que, perante a falta de oportunidades, eles caem na dependência de drogas, na tristeza, na depressão ou até mesmo acabam se suicidando.

Em seu discurso na Igreja de San Francisco, o templo católico mais antigo da América Latina, o pontífice também pediu que o Equador e os demais países da região defendam a Amazônia, assim como mantenham um diálogo com “cada uma das forças sociais, os grupos indígenas, as mulheres, os agrupamentos cidadãos e todos que trabalham pela comunidade nos serviços públicos”.

O papa voltou a oferecer, como seu discurso na chegada ao Equador, a parceria da Igreja “na busca do bem comum, desde suas atividades sociais, educativas, promovendo valores éticos e espirituais”.

E também lembrou que a exploração dos recursos naturais não deve buscar o “lucro imediato”. EFE

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