Papa pede reflexão sobre sistema de produção e distribuição de alimentos

Cidade do Vaticano, 31 jan (EFE).- O papa Francisco pediu neste sábado para que seja repensado o sistema de produção e distribuição dos alimentos por significar um sofrimento para muitas famílias, durante uma audiência com membros da maior associação italiana de agricultores, Coldiretti.

“As regras do mercado, a cultura do descarte e do desprezo no caso da alimentação tem proporções inaceitáveis. Junto a outros fatores, determinam miséria e sofrimento para tantas famílias. É preciso repensar a fundo o sistema de produção e de distribuição dos alimentos”, ressaltou.

“Com o pão não se brinca. Lembro quando eu era pequeno, se um pão caísse no chão éramos ensinados a pegá-lo a dar um beijo e colocá-lo de volta na mesa”, disse.

O papa analisou o trabalho dos agricultores “chamados a responder com audácia e criatividade ao mandato entregue desde sempre ao homem de cultivar e proteger a terra”.

“O trabalho de quantos cultivam a terra, dedicando generosamente tempo e energia, se mostra como uma verdadeira vocação que merece ser reconhecida e valorizada também mediante eleições políticas e econômicas concretas; eliminando os obstáculos que penalizam uma atividade tão valiosa e que, com frequência, é vista como pouco atraente pelas novas gerações”.

O pontífice lembrou que houve “um aumento no número de estudantes das escolas e das instituições de ensino agrário, o que permite prever um aumento da ocupação no setor agrícola”.

Ao mesmo tempo, enfatizou que “é necessário prestar atenção à tão divulgada retirada de terras da agricultura para destiná-las a outras atividades, aparentemente mais rentáveis”.

Francisco criticou como neste aspecto predomina “o deus dinheiro” e como “há pessoas que não têm sentimentos, que vendem a família e que vendem também a mãe terra”.

O pontífice argentino afirmou que os desafios neste campo são “realizar uma agricultura com baixo impacto ambiental e como fazer para que o cultivo da terra suponha ao mesmo tempo protegê-la”. EFE