Paquistão prossegue ofensiva contra talibãs e ordena mais execuções

  • Por Agencia EFE
  • 20/12/2014 08h27

Islamabad, 20 dez (EFE).- Pelo menos 36 supostos insurgentes morreram neste sábado em operações do exército contra os talibãs no Paquistão, onde duas novas execuções de terroristas foram autorizadas após o fim da suspensão da aplicação da pena de morte como resposta ao massacre em um colégio em Peshawar.

Os últimos ataques aéreos do exército paquistanês deixaram 20 supostos talibãs mortos, um deles um importante comandante, Umar Khalifa, no Vale de Tirah, na província de Khyber, onde na terça-feira aconteceu o massacre em um colégio de sua capital, Peshawar, segundo informou a imprensa local.

Outros cinco supostos insurgentes, entre eles um alto comandante, conhecido como Mustafa, morreram perto desta cidade, em Mattani, em um enfrentamento com forças de segurança, disse à agência Efe um porta-voz da polícia, Gul Nabib.

Na mesma província dois supostos talibãs e dois policiais morreram em um enfrentamento na zona de Badi Kor, no distrito de Charsadda.

Na região vizinha de Waziristão do Norte, pelo menos quatro supostos insurgentes morreram no bombardeio de um drone americano na em Dattakhel.

Dois supostos terroristas do Tehreek-e-Taliban (TTP), organização talibã que assumiu a autoria do ataque à escola, morreram no sudeste do país em um enfrentamento com a polícia, declarou em Karachi à Agência Efe um policial da delegacia de Mauripur, Azmat Shah.

Ainda em Karachi, na zona de Bin Qasim, morreram três supostos insurgentes em um enfrentamento com forças de segurança, segundo a televisão local “Geo”.

A emissora afirmou que um tribunal de luta contra o terrorismo ordenou hoje a execução na segunda-feira na prisão da cidade de Sukkur de dois de membros do grupo terrorista Lashkar-e-Jhangvi.

Os dois condenados são Attaullah, conhecido como Qasim, e Mohammed Azam, conhecido como Sharif, que foram sentenciados em 2004 pela morte do médico Ali Raza Peerani em um ataque sectário em 2001.

O Paquistão executou ontem dois condenados por terrorismo, dois dias após o primeiro-ministro Nawas Sarhif cancelar a suspensão da aplicação da pena de morte contra terroristas.

O governo do Paquistão informou ontem que nos próximos dias executaria 17 condenados por terrorismo, apesar da ONU e de organizações como a Anistia Internacional e a Human Rights Watch pedirem para a pena de morte não voltar a ser utilizada no país.

A decisão de Sharif ocorreu depois que um grupo talibã realizou na terça-feira um massacre em Peshawar, onde matou 132 crianças e doze professores após entrar em um colégio lançando granadas e disparando nas salas de aula.

O TTP reivindicou o ataque e o justificou como resposta à operação militar “Zarb-e Azb” (Afiado e cortante), que começou em junho no Waziristão do Norte e em outubro se estendeu para Khyber. Segundo fontes oficiais, a operação já deixou 1.100 insurgentes mortos. EFE

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