Partido governante na África do Sul entrega a Zuma carta pedindo sua renúncia

  • Por Agência EFE
  • 13/02/2018 10h10
EFE Zuma tem mandato até 2019

O secretário-geral do partido governante na África do Sul, o Congresso Nacional Africano (CNA), visitou nesta terça-feira a residência oficial do presidente, Jacob Zuma, para entregar-lhe uma carta com uma solicitação formal para que renuncie, segundo informou a emissora de televisão pública sul-africana “SABC”.

Na sua qualidade de secretário-geral do partido, Ace Magashule foi o encarregado de transmitir a mensagem de forma oficial ao presidente, depois que ontem à noite a cúpula do CNA supostamente chegou a uma decisão definitiva para forçar a saída de Zuma.

Magashule estava acompanhado pela vice-secretária-geral da legenda, Jessie Duarte, segundo a emissora pública sul-africana.

A decisão de exigir a renúncia de Zuma ainda não foi comunicada de forma oficial, mas, segundo apontam todas as fontes consultadas pela imprensa local, a resolução já está tomada.

A expectativa é que a notícia seja anunciada oficialmente em entrevista coletiva que o CNA marcou para as 14h (horário local, 10h de Brasília).

As regras internas do partido estabelecem que todos seus membros devem submeter-se à vontade deste. No entanto, se apesar de tudo Zuma se recusar a deixar o poder, poderia ser destituído por meio da moção de censura que será votada no parlamento (de maioria governista) antes do final deste mês.

Tal trâmite está já programado para o próximo dia 22, a pedido da oposição.

A discussão sobre a saída prematura de Zuma, com mandato até 2019, vem detonada pela má imagem do presidente e os graves escândalos de corrupção que o rodeiam.

Zuma é alvo de várias acusações, incluindo quase 800 por corrupção relativa a contratos de armas do final dos anos 1990 ou às investigações por ter usado o Estado para favorecer empresários vinculados com concessões públicas milionárias.

O primeiro na fila para ocupar o cargo de Zuma é o vice-presidente Cyril Ramaphosa, que é também líder do CNA desde dezembro do ano passado e, portanto, principal impulsor das manobras para buscar sua saída prematura.

Após semanas de especulações sobre uma iminente saída, Ramaphosa tinha prometido no domingo que, em reunião convocada para o dia seguinte, o CNA alcançaria uma posição definitiva sobre se o partido retirava ou não o apoio formal ao presidente.

Tal reunião aconteceu ontem em Pretória e se prolongou até altas horas da madrugada de hoje.

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