Partidos iniciam campanha para eleições britânicas de 7 de maio

  • Por Agencia EFE
  • 30/03/2015 14h13

Viviana García.

Londres, 30 mar (EFE).- Os partidos do Reino Unido começaram nesta segunda-feira a campanha para as eleições gerais de 7 de maio, após a dissolução do parlamento e a última audiência realizada nesta legislatura pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron.

Nos próximos 38 dias de campanha, os partidos percorrerão as quatro regiões do país -Inglaterra, Escócia, Gales e Irlanda do Norte- para convencer os eleitores, em um pleito imprevisível e que será muito apertado, segundo as pesquisas.

O parlamento de Westminster foi dissolvido automaticamente após a meia-noite em virtude de uma lei de 2011, que fixou as legislaturas em períodos de cinco anos, por isso não foi necessária a assinatura da rainha Elizabeth II para a aprovação da medida, como ocorria no passado.

No entanto, em uma visita de cortesia, o primeiro-ministro foi ao palácio de Buckingham, residência da família real, para informar a rainha sobre a dissolução parlamento e coletar sua assinatura convocando uma nova legislatura para 18 de maio.

Ao longo de seu reinado, que começou em 1952, Elizabeth II despachou com 12 primeiros-ministros, o primeiro deles o conservador Winston Churchill.

A partir de hoje, os deputados deixam seus cargos e não estão autorizados a irem aos gabinetes do parlamento, responder e-mails na qualidade de congressistas nem usar suas contas oficiais do Twitter.

Os britânicos escolherão os 650 membros que compõem a câmara dos Comuns (baixa) e que representam 533 circunscrições na Inglaterra, 59 na Escócia, 40 no País de Gales e 18 na Irlanda do Norte.

Após uma reunião de 25 minutos com Elizabeth II, David Cameron pediu diante da residência oficial do Executivo, em Downing Street, a continuação da recuperação econômica iniciada por seu governo e disse que uma vitória dos trabalhistas mergulharia o país no “caos” econômico.

“O Reino Unido está em um bom caminho. Esta eleição significa seguir adiante (com o atual programa econômico) e isso é o que eu farei como primeiro-ministro”, disse o líder “tory”.

Já o líder trabalhista, Ed Miliband, pediu hoje a permanência do Reino Unido na União Europeia (UE) e prometeu defender os serviços públicos, como o Serviço Nacional de Saúde (NHS), que surge como a principal questão desta eleição.

As pesquisas de intenções de voto divulgadas nos últimos meses apontam um empate entre os dois principais partidos, o que torna difícil prever o resultado. A votação será realizada pelo sistema simples em um só turno.

Segundo as pesquisas, nenhum dos dois líderes -Cameron e Miliband- obterá em 7 de maio a maioria necessária para governar sozinho, por isso se verão obrigados a negociar alguma coalizão com formações menores.

Algo parecido ocorreu nas eleições de 2010, quando nenhum partido obteve a maioria e os conservadores de Cameron negociaram uma coalizão com os liberal-democratas de Nick Clegg.

Para conseguir a maioria absoluta na câmera dos Comuns um partido necessita de 326 cadeiras.

Por isso os candidatos farão um esforço para convencer os indecisos, especialmente nas circunscrições menores, onde poucos votos podem decidir o resultado.

O líder do eurofóbico Partido da Independência do Reino Unido (UKIP), Nigel Farage, disse hoje que os partidos pequenos terão grande influência nesta batalha eleitoral.

“Sou uma pessoa direta, sou honrado. O UKIP não ganhará as eleições gerais. Mas ninguém vai ganhar a eleição geral. Ninguém terá uma maioria clara”, declarou o líder do partido anti-imigração, que deseja entrar na câmara dos Comuns.

“A pergunta é: que partidos terão poder suficiente para se juntar aos outros?”, acrescentou Farage. EFE

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