Polícia australiana justifica ações prévias a execuções na Indonésia

  • Por Agencia EFE
  • 04/05/2015 00h53

Sydney (Austrália), 4 mai (EFE).- A Polícia da Austrália defendeu nesta segunda-feira sua decisão em 2005 de informar às autoridades indonésias sobre a atividade no país asiático do grupo de traficantes de drogas australianos, cujos dois líderes foram executados na semana passada.

Os australianos Andrew Chan e Myuran Sukumaran foram fuzilados em 29 de abril junto com outros seis réus, entre eles um brasileiro, na segunda rodada de execuções iniciada este ano pelo presidente Joko Widodo.

Chan e Sukumaran, condenados à morte em 2006, lideravam um bando conhecido como “Os 9 de Bali” que tentou transferir no ano anterior oito quilos de heroína da ilha indonésia de Bali para a Austrália.

O comissário da Polícia Federal Australiana, Andrew Colvin, justificou a decisão de dar a informação à Indonésia que levou às detenções ao assinalar que nessa época não havia provas suficientes para detê-los antes que partissem da Austrália.

“Então trabalhávamos com uma ideia incompleta. Não sabíamos quem estava envolvido, nem seus planos nem de que tipo de produto ilegal se tratava”, disse Colvin em entrevista coletiva acompanhada pelo ex-comissário Michael Phelan.

O comissário assegurou que a colaboração e as consultas com a Polícia indonésia foi “adequada” de um ponto de vista operacional e de acordo com as diretrizes existentes em 2005, que por causa deste caso foram revisadas pelas autoridades australianas.

“Não é necessariamente minha intenção convencer o público que esteja de acordo com as decisões que adotamos em 2005. A vigilância policial é difícil”, acrescentou Colvin.

Por seu lado, a ministra australiana das Relações Exteriores, Julie Bishop, se reunirá na cidade de Perth, com o embaixador na Indonésia, Paul Grigson, que foi chamado a consultas após as execuções.

Austrália e Indonésia, dois aliados na luta contra a imigração ilegal e o terrorismo, tinham refeito as relações há dois anos depois que se soube que os serviços secretos australianos tentaram, sem sucesso, escutar as conversas do presidente indonésio em 2009. EFE

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