Por “agressões”, Venezuela chama para consultas embaixador na Colômbia

  • Por Agencia EFE
  • 27/08/2015 23h40

Caracas, 27 ago (EFE).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chamou para consultas o embaixador do país em Bogotá, Ivan Rincón, pelas “agressões” causadas pelo “paramilitarismo” e pela “guerra econômica” promovidos pela Colômbia, informou nesta quinta-feira a ministra das Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodríguez.

“Revisaremos integralmente as relações com a Colômbia, em razão das agressões sofridas por nosso povo pelo paramilitarismo e pela guerra econômica”, disse a chanceler em sua conta no Twitter, também lamentando que os “avanços” da reunião bilateral realizada ontem terem sido “frustrado pela soberba” das autoridades colombianas.

“Ratificamos aos irmãos da Colômbia nossos laços de amizade e união baseados em uma história comum de liberdade e independência”, acrescentou Rodríguez na rede social após o anúncio.

A medida diplomática foi tomada pouco depois de o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, ter chamado para consultas o embaixador do país na Venezuela, Ricardo Lozano.

O novo capítulo da crise ocorreu após o defensor público da Colômbia, Jorge Armando Otálora, ter sua entrada negada no país vizinho quando tentava avaliar a situação dos deportados.

Santos indicou que também deu instruções à chanceler María Ángela Holguín para convocar uma reunião geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), cujo secretário-geral é o ex-presidente colombiano, Ernesto Samper.

“Queremos contar ao mundo, começando pela Unasul, o que está ocorrendo, mostrar o que está ocorrendo porque isso é totalmente inaceitável”, ressaltou o presidente colombiano.

Santos fez o anúncio horas depois do cancelamento de encontro na fronteira entre o defensor público colombiano, Jorge Armando Otálora, com o governador do estado venezuelano de Táchira, José Vielma Mora, para “iniciar um processo de verificação” das propriedades deixadas pelos deportados no país vizinhos.

Por sua vez, Mora disse à emissora estatal venezuelana “VTV” que as deportações de colombianos que moravam de maneira ilegal na região foram concluídas sem que tivesse ocorrido “nenhuma violação dos direitos humanos”.

A fronteira entre os dois países está fechada desde a última quinta-feira por ordem de Maduro, como parte de uma campanha contra o contrabando e a presença de supostos paramilitares. A medida foi tomada após um ataque que deixou feridos três soldados e um civil feridos. Depois, o presidente da Venezuela declarou estado de exceção em três municípios da região fronteiriça.

Pelo menos mil colombianos que moravam de forma ilegal na região foram deportados nos últimos dias. Outros 4.620 deixaram a Venezuela por temerem o mesmo destino dos compatriotas, de acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários. EFE

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