Poroshenko e Barroso acreditam que cúpula europeia decidirá por mais sanções

  • Por Agencia EFE
  • 30/08/2014 09h44

Bruxelas, 30 ago (EFE).- O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, e o máximo representante da Comissão Europeia (CE), José Manuel Durão Barroso, expressaram neste sábado a convicção de que os líderes europeus decidirão hoje sobre uma nova rodada de sanções contra a Rússia perante a nova escalada de tensões.

“Não tenho nenhuma dúvida que após nossas conversas de hoje, o Conselho Europeu adotará a decisão de encarregar a CE do trabalho de preparar sanções específicas”, assinalou Poroshenko em entrevista coletiva depois de se reunir com Barroso.

O presidente da CE, por sua parte, disse “esperar dos Estados-membros que estejam preparados para uma nova rodada de sanções depois da recente escalada” das tensões por parte da Rússia, e adiantou que o Executivo comunitário já preparou novas sanções para se os líderes decidirem ativá-las.

“Do lado da CE consideramos todas as opções”, disse. A Comissão já preparou algumas opções caso os Estados-membros decidam passar a outro nível de sanções”, indicou Barroso, que recalcou no entantoque a UE espera “que hajam as condições para um esforço diplomático real”.

O presidente da CE, que considerou que a situação na Ucrânia tão “grave e dramática” que “poderíamos ver uma situação de não retorno se a escalada continuar, afirmou que “ainda não é tarde demais para encontrar uma solução política”.

“Pedimos aos líderes russos que raciocinem. Acho que a Rússia não deve ter nenhum interesse em um confronto com a UE. Não faz sentido ter este tipo de conflito ou uma nova Guerra Fria”, recalcou Barroso.

Poroshenko, que se reunirá hoje com os chefes de Estado e de governo na cúpula europeia e já se reuniu com o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, ressaltou igualmente que o objetivo das sanções é “criar um motivo para negociações reais encaminhadas a diminuir as tensões no leste” da Ucrânia.

O presidente afirmou que a decisão da UE de aplicar ou não novas sanções dependerá de quão rápido serão dados “passos rumo à paz na Ucrânia”, e neste sentido se mostrou “fortemente convencido de que a implementação do plano de paz (…) será a base para parar muito rapidamente, talvez no começo de setembro, a guerra”.

O presidente ucraniano explicou que espera que “nos próximos dias, a partir da segunda-feira, possamos demonstrar progressos nas negociações, porque estamos perto do ponto no qual não se poderá voltar ao plano de paz”.

“Temos a oportunidade, mas não temos certeza de se todas as partes envolvidas utilizarão o plano”, disse o presidente ucraniano, que ressaltou que seu país é “agora alvo de uma agressão militar estrangeira e de terror”, em referência à eventual presença de soldados russos em território ucraniano.

Por tudo isso pediu a todas as partes que “compreendam sua responsabilidade” para pôr fim ao conflito.

Rússia, Ucrânia e a OSCE retomarão na segunda-feira as reuniões do Grupo de Contato em virtude do acordo alcançado durante a recente Cúpula de Minsk entre os presidentes russo, Vladimir Putin, e Poroshenko.

O líder ucraniano também expressou sua esperança de que hoje mesmo o pessoal militar possa realizar evacuações da região pró-russa, e reiterou que a Ucrânia não procura guerra” nem uma solução militar, mas paz.

Os “milhares de soldados e tanques estrangeiros” em território ucraniano representam um “altíssimo risco, não só para a paz e segurança e Ucrânia, mas para toda Europa”, sustentou.

Neste contexto, Poroshenko recalcou que a Ucrânia não procura apoio militar estrangeiro, porque a Ucrânia “está preparada para se proteger”, mas sim “assistência técnica”.

Barroso, por sua parte, disse que a UE estaria disposta a considerar mais ajuda financeira se a missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) determinar mais necessidades. EFE

cai/ff

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