Premiê japonês diz que envolver civis em atos terroristas é “imperdoável”

  • Por Agencia EFE
  • 29/01/2015 00h28

Tóquio, 29 jan (EFE).- O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, disse nesta quinta-feira que envolver civis em atos terroristas é “imperdoável”, depois que o Estado Islâmico (EI) deu um novo ultimato para não matar o jornalista japonês e o piloto jordaniano que mantém como reféns.

“Envolver um civil em atos terroristas é imperdoável, por isso condeno essa ação de maneira enérgica”, afirmou o primeiro-ministro durante uma sessão da Dieta, o parlamento do país, quando foi perguntado sobre o sequestro do cidadão japonês Kenji Goto por parte de EI.

Através de uma gravação de áudio divulgada na internet, o grupo jihadista deu hoje um novo prazo, até “a pôr-do-sol” desta quinta-feira, horário de Mossul (Iraque), para que a terrorista Sajida al-Rishawi, detida na Jordânia, esteja pronta para ser libertada, o que evitaria as execuções do jornalista japonês e do piloto jordaniano Moaz Kasasbeh.

“Ataques como o de Paris aumentaram a tensão ultimamente e nenhum país está seguro. No entanto, não podemos nos render à ameaça terrorista pelo medo”, disse Abe.

Nesse sentido, o primeiro-ministro insistiu que “a estabilidade no Oriente Médio é muito importante” e o Japão vai “seguir contribuindo para a paz e aproximando seus laços com esses países”.

Abe falou no parlamento minutos depois que o EI fez seu terceiro ultimato sobre o jornalista japonês, mas não fez uma referência direta ao novo prazo dado pelo grupo terrorista.

Na semana passada, o EI estipulou um prazo de 72 horas para que o governo do Japão pagasse US$ 200 milhões e o grupo não matasse Goto e outro japonês, Haruna Yukawa, que foi executado no último sábado.

Na terça-feira, os jihadistas fizeram novas exigências e deram outro ultimato de 24 horas para que a extremista Sajida al-Rishawi, detida e condenada à morte na Jordânia por um atentado fracassado em 2005, fosse libertada em troca da vida de Goto e Kasasbeh, que foi capturado pelo EI em dezembro.

O governo jordaniano disse nesta quarta-feira que está disposto a libertar a terrorista iraquiana se o grupo jihadista soltar o piloto jordaniano capturado na Síria.

Desde a semana passada, os governos japonês e jordaniano aumentaram seus contatos para gerenciar a crise envolvendo os reféns. O Japão, inclusive, estabeleceu em Amã, a capital jordaniana, um grupo especial de trabalho para tratar do assunto. EFE

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