Presidente da Colômbia diz que cessar-fogo bilateral com as Farc é complexo

  • Por Agencia EFE
  • 28/04/2015 01h34

Bogotá, 27 abr (EFE).- O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse nesta segunda-feira (data local) que um cessar-fogo bilateral, pedido das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) nas negociações de paz em Cuba, será adotado apenas no final do processo porque é um assunto que “tem condições muito complexas”.

Durante a instalação do Congresso de Naturgas em Medellín, capital do departamento de Antioquia, no noroeste do país, Santos defendeu sua decisão de negociar a paz enquanto mantém uma ofensiva militar contra os guerrilheiros.

“Esse foi um compromisso que assumi desde o princípio e que seguiremos cumprindo até que negociemos um cessar-fogo bilateral com todas as condições necessárias, que são muitas e muito complexas”, disse o presidente.

O governo colombiano e as Farc negociam desde novembro de 2012, em Havana, uma saída política ao conflito armado do país, processo que a guerrilha defende que seja feito sob uma trégua bilateral, possibilidade rejeitada desde o início por Santos.

O presidente insistiu, além disso, na importância da aplicação de uma justiça transicional no caso das Farc, um conjunto de medidas judiciais e políticas elaborado para processar de forma diferente da justiça comum os responsáveis pelos crimes cometidos durante o conflito.

“O ponto mais importante de todo esse processo se refere à justiça transicional, que é o que o mundo inventou para facilitar processos de paz como o nosso”, disse Santos.

O presidente reconheceu as dificuldades surgidas pela Colômbia ser o primeiro país a negociar a paz sob as regras do Tratado de Roma, instrumento constitutivo do Tribunal Penal Internacional (TPI), mas disse que, por isso, as negociações estão “abrindo caminho” para outras evoluírem.

Com relação ao argumento das Farc, que não querem ser “a primeira guerrilha na história do mundo que entrega as armas para ir à prisão”, Santos disse que o mundo mudou e já não aceita mais anistias, perdão e o esquecimento. EFE

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