Primeiro encontro de candidatos republicanos é marcado pela ausência de Trump

  • Por Agencia EFE
  • 04/08/2015 02h56

Washington, 3 ago (EFE).- O estado de New Hampshire, no nordeste dos Estados Unidos, recebeu nesta segunda-feira o primeiro encontro de pré-candidatos republicanos às eleições presidenciais de 2016, em um aquecimento antes do primeiro debate que será realizado na quinta-feira e no qual o grande ausente foi o magnata Donald Trump, que lidera as enquetes.

Dos 17 republicanos na corrida presidencial, 14 participaram do encontro de New Hampshire, de forma presencial ou por videoconferência. Além de Trump ficaram de fora os ex-governadores de Arkansas e Virgínia, Mike Huckabee e Jim Gilmore, respectivamente.

O magnata imobiliário, que todas as enquetes divulgadas durante as últimas semanas apontam como favorito por uma ampla margem sobre seus perseguidores mais imediatos, justificou sua ausência por um editorial do jornal local e co-organizador do evento, “New Hampshire Union Leader”, no qual era criticado.

O encontro, que não foi um debate, mas uma sucessão de breves entrevistas com candidatos, contou com a presença dos outros dois favoritos à indicação republicana segundo as pesquisas, o ex-governador da Flórida, Jeb Bush, e o governador de Wisconsin, Scott Walker.

Os pré-candidatos foram subindo um a um ao tablado, onde um jornalista local lhes perguntou sobre questões de economia, imigração, assuntos sociais e morais como o aborto e sobre como pensam, caso sejam escolhidos, em combater os democratas e sua previsível candidata, Hillary Clinton.

Em nenhum momento, nem o jornalista nem nenhum dos pré-candidatos citaram Trump, tentando deixar de lado a figura que durante as últimas semanas ofuscou totalmente o debate no campo republicano.

O próprio formato do evento impossibilitou uma discussão em profundidade sobre qualquer assunto, mas os 14 participantes reincidiram naquelas ideias que já expuseram durante a campanha, cada um tentando se fortalecer em seu campo.

Dessa forma, o senador por Kentucky, Rand Paul, defendeu “o novo Partido Republicano” que ele encarna, baseado segundo sua opinião no libertarismo, o retorno “às ideias dos pais fundadores (da nação)” e a oposição a qualquer intervenção militar, a menos que seja o último recurso.

A ex-diretora-executiva da Hewlett-Packard, Carly Fiorina, destacou sua experiência e sua bem-sucedida carreira no setor privado, criticou o que ela considera o “status quo” político e garantiu que, se for presidente, tomará medidas “não populares, mas necessárias” como o corte das despesas.

Em um sentido similar se expressou o governador de Wisconsin e favorito da ala mais liberal do partido em matéria econômica, Scott Walker, que insistiu que baixar os impostos é “a única maneira” de voltar a fazer “que as coisas funcionem nos EUA”.

Em matéria de imigração, Jeb Bush e o governador da Louisiana, Bobby Jindal, concordaram na necessidade de “proteger” a fronteira com o México e estabelecer um sistema migratório que “premie” por méritos e não pelos critérios que regem atualmente.

“Temos um sistema de imigração extremamente generoso, que deixa entrar um milhão de imigrantes por ano. Mas não os escolhe por méritos, mas por ter um parente nos EUA e isso tem que mudar. Temos que trazer aqueles que querem ser americanos, que querem ajudar nossa economia”, comentou Jindal.

O momento menos previsível do encontro foi protagonizado por um dos pré-candidatos com piores resultados nas pesquisas, o senador pela Carolina do Sul, Lindsey Graham, que se referiu aos assuntos extramatrimoniais do ex-presidente Bill Clinton para assegurar que “já conhece” como os Clinton atuam. EFE

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