Primeiro-ministro do Japão considera “muito difícil” situação de refém do EI

  • Por Agencia EFE
  • 28/01/2015 01h10

Tóquio, 28 jan (EFE).- O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, considerou nesta quarta-feira que a situação do jornalista japonês sequestrado pelo Estado Islâmico (EI) é “muito difícil”, depois que o grupo deu ontem um ultimato de 24 horas para o cumprimento de suas exigências.

“Apesar de ser uma situação muito difícil, pedi novamente a todos os integrantes do governo que se esforcem ao máximo para conseguir a libertação de Kenji Goto o mais rápido possível”, disse Abe em declarações divulgadas pela emissora pública de TV “NHK”.

O primeiro-ministro voltou a mostrar sua “indignação” por um ato que chamou de “infame” e insistiu que o Japão segue mantendo contatos muito próximos com o governo jordaniano para conseguir a libertação de Goto e que seu plano de ação não vai mudar nesse sentido.

O EI divulgou no final da noite de ontem uma suposta nova mensagem de áudio com um ultimato de 24 horas para que suas reivindicações sejam atendidas. O grupo quer a libertação da extremista Sayida al Rishawi, detida e condenada à morte na Jordânia por um atentado fracassado em 2005.

Caso suas exigências não sejam cumpridas, o grupo ameaçou matar Goto, que aparentemente está sob custódia do EI desde outubro, e também o piloto jordaniano Moaz Kasasbeh, capturado em dezembro.

Na gravação, a voz parece ser de Goto, de 47 anos, pedindo em inglês que o governo de Tóquio pressione as autoridades jordanianas para que libertem Rishawi, pois só lhe restam 24 horas de vida, “e até menos para o piloto”.

O Executivo japonês considera que a probabilidade de que a gravação seja autêntica é “bastante alta”, segundo fontes governamentais citadas pela “NHK”.

Por sua vez, a emissora “Asahi” informou que o vice-chanceler japonês, Yasuhide Nakayama, responsável pela equipe que trabalha para gerenciar a crise em Amã, a capital da Jordânia, deixou a embaixada japonesa no país árabe duas horas depois que a gravação foi divulgada, aparentemente para se reunir com integrantes do governo jordaniano.

Apesar de muita especulação em torno de uma possível troca de reféns, nem Tóquio nem Amã se pronunciaram claramente a respeito do assunto.

O jornal jordaniano “Jordan Times” afirmou inclusive que o EI teria proposto uma troca “2+2”, que consistiria em libertar o piloto e o jornalista em troca de Rishawi e de outro jihadista condenado em 2008 pelas autoridades jordanianas.

Goto é um dos dois reféns japoneses sequestrados pelo EI, que no sábado anunciou a execução do outro, Haruna Yukawa.

O anúncio foi feito através de uma gravação de áudio acompanhada por uma imagem na qual Goto exibe uma suposta fotografia de Yukawa decapitado. EFE

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