Protesto chega ao parlamento do Paquistão e manifestantes dão ultimato

  • Por Agencia EFE
  • 20/08/2014 03h23

Islamabad, 20 ago (EFE).- Milhares de opositores liderados pelo político Imran Khan e pelo clérigo Tahirul Qadri marcharam nesta quarta-feira rumo ao parlamento do Paquistão e deram um ultimato ao primeiro-ministro, Nawaz Sharif, para que renuncie.

Os manifestantes chegaram o parlamento nas primeiras horas do dia após cortar alambrados e retirar contêineres que bloqueavam as ruas que conduzem a “zona vermelha” de Islamabad, área de acesso restrito onde ficam ministérios e embaixadas, como mostraram as imagens da rede de televisão “Geo TV”.

O exército enviou 700 soldados, mas o governo ordenou que não intervissem para evitar surtos de violência.

“Esperarei sua renúncia fora do parlamento até a tarde e depois marcharei para a casa do primeiro-ministro”, afirmou Khan, líder do Paquistão Tehreek-e-Insaf (PTI).

Khan, célebre ex-jogador de críquete, acusa Sharif de fraudar as eleições que ganhou em 2013 e exige a realização de eleições antecipadas.

Já Qadri, à frente do Paquistão Awami Tehreek (PAT), reivindica a prisão do primeiro-ministro por corrupção e a formação de um governo de tecnocratas.

Um destacado membro do partido da situação, Marvi Memon, afirmou que a renúncia de Sharif está descartada.

“O problema real é o desesperado desejo (de Khan) de se tornar primeiro-ministro”, disse Memon.

Os manifestantes chegaram na sexta-feira à capital em duas passeatas vindas da cidade oriental de Lahore.

Khan anunciou que os 34 deputados do PTI, terceira força política do país, abandonariam o parlamento nacional, embora ainda não tenham formalizado as renúncias.

Os líderes do PTI e do PAT pretendem aproveitar o descontentamento da população com a crise energética, o aumento dos ataques insurgentes e a má situação da economia para forçar a saída do primeiro-ministro.

Sharif, da Liga Muçulmana do Paquistão-N (PML-N), que conseguiu uma maioria histórica ano passado, anunciou na semana passada que pedirá ao Tribunal Supremo uma comissão para investigar se houve fraude na eleição de 2013. EFE

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