Rebeldes recebem reforços e armamento durante o cessar-fogo, segundo Kiev

Kiev, 18 set (EFE).- Os rebeldes pró-Rússia estão recebendo novos reforços e armamento durante o cessar-fogo que rege nas regiões orientais de Donetsk e Lugansk desde 5 de setembro, informou nesta quinta-feira o comando militar ucraniano.

“Agora, estão recebendo novos equipamentos, munição e novas unidades que chegam à zona na terceira onda de mobilização”, disse Igor Lisenko, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional e Defesa, em entrevista coletiva.

Em resposta, as forças governamentais aproveitaram para se reagrupar e reforçar suas posições de defesa, embora desde a entrada em vigor da trégua só responderam ao fogo inimigo.

“Os militares ucranianos se encontram prontos para qualquer ação”, destacou.

Além disso, Lisenko denunciou que a Rússia concentrou cerca de quatro mil soldados com armamento pesado na fronteira entre a península da Crimeia e o resto da Ucrânia.

O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, antecipou nesta semana que Moscou aumentará seu contingente militar na Crimeia devido ao aumento da presença militar estrangeira perto das fronteiras russas, em alusão à decisão da Otan de desdobrar mais forças no leste europeu.

Por sua vez, Lisenko assegurou que as forças ucranianas repeliram uma tentativa de ataque em torno do aeroporto de Donetsk e apreenderam um automóvel com armas para os rebeldes perto de Mariupol, o principal porto nos mar de Azov.

Nos últimos dias os combates foram reatados nas imediações de Donetsk, enquanto Kiev reconheceu que 16 soldados e um número indeterminado de civis perderam a vida desde a declaração de cessar-fogo.

Contudo, tanto as autoridades de Kiev, como os separatistas, a OSCE e o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, reconheceram que, os dois grupos estão respeitando o cessar-fogo.

O protocolo de Minsk assinado por ambos os lados em 5 de setembro inclui, entre outras coisas, um cessar-fogo, a troca de prisioneiros de guerra, a abertura de corredores humanitários e a concessão de um status especial às zonas sob controle rebelde.

O parlamento ucraniano aprovou nesta semana uma lei que contempla três anos de autogoverno para as zonas de Donetsk e Lugansk controladas pelos rebeldes, que foi qualificada pela Rússia como “um passo em boa direção”. EFE