Região de Fukushima aceita finalmente abrigar cemitérios nucleares

  • Por Agencia EFE
  • 31/08/2014 05h22

Tóquio, 31 ago (EFE).- As autoridades de Fukushima, no norte do Japão, aceitaram o plano do governo do Japão de construir na província vários cemitérios nucleares em troca de ajudas públicas, informou neste domingo a imprensa japonesa.

Tóquio tinha previsto a construção em 2015 de depósitos para abrigar resíduos do acidente da central de Fukushima em várias localidades próximas, mas o projeto foi dificultado pela falta de acordo com as autoridades locais sobre o local exato onde se situariam.

“Foi uma decisão dura, mas aceitarei a construção”, explicou o governador de Fukushima, Yuhei Sato, ao reconhecer que estas instalações são necessárias “para avançar na descontaminação e recuperação ambiental da zona”.

Sato disse ainda que defenderá que a legislação determine que os resíduos armazenados sejam transferidos para fora da cidade em um prazo de 30 anos e que seja garantida a alocação dos subsídios, segundo as declarações à agência “Kyodo”.

A construção dos armazéns nucleares começará em janeiro nas localidades de Okuma e Futaba, ambas nas imediações da central, e afetará cerca de dois mil proprietários de terrenos.

Apesar de o governo regional e as prefeituras envolvidas terem aceitado o plano de Tóquio, vários proprietários de terras se negam a vender e a aceitar as condições, publicou hoje o jornal “Asahi”.

O governo japonês pretende adquirir os terrenos para instalar os dois depósitos nas pequenas e parcialmente abandonadas localidades de Okuma e Futaba com o objetivo de garantir sua gestão em longo prazo, em vez de alugá-los como estava previsto inicialmente.

Um terremoto seguido por um tsunami castigaram em março de 2011 a central de Fukushima e causaram a pior crise nuclear da história, junto com Chernobyl, em 1986.

As emissões atômicas afetaram gravemente a agricultura, a pecuária e a pesca local, e provocaram a evacuação de 160 mil pessoas da região afetada. EFE

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