Rússia nega que plano de Putin contra o EI inclua o envio de tropas à Síria

  • Por Agencia EFE
  • 04/08/2015 16h37

Moscou, 4 ago (EFE).- A Rússia negou categoricamente nesta terça-feira que o plano do presidente Vladimir Putin para combater o grupo Estado Islâmico (EI) inclua o envio de tropas à Síria.

“Não, não estamos debatendo isso em nenhum caso. Não está na agenda do dia”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, à imprensa local.

Peskov também descartou que o presidente sírio, Bashar al Assad, tenha conversado com Putin para pedir o uso de soldados russos no país árabe, onde a Rússia possui sua única base militar no exterior.

Além disso, negou a possiblidade de Putin ordenar a força aérea russa a participar dos bombardeios da coalizão internacional contra posições da organização jihadista na região.

“Pelo que eu sei, agora não se trata disso. Não tenho mais informações”, disse Peskov, apesar de ressaltar que os soldados russos cumprirão qualquer ordem dada por Putin.

A Rússia criticou ontem a decisão do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de autorizar o uso da força aérea para proteger os rebeldes sírios, aliados dos americanos, tanto dos ataques do EI como das tropas leais a Assad.

Também ontem, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, apresentou em Doha (Catar) o plano de Putin para combater os extremistas ao secretário de Estado dos EUA, John Kerry.

“Não é segredo que a Rússia expressou uma grande inquietação sobre como está se propagando a influência do EI e como eles expandem os territórios sob seu controle”, disse Peskov.

O Kremlin criticou a coalizão internacional por concentrarem os esforços em minar as posições dos grupos leais a Assad, afirmando que a estratégia somente debilitará a capacidade das autoridades sírias de combater a ameaça jihadista.

Peskov destacou que o assunto foi tratado por Putin na última conversa telefônica mantida com Obama, em meados de julho.

O presidente russo também pediu ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para unir forças para combater o EI, com o argumento de que os jihadistas são um risco comum para os países civilizados de todo o mundo.

Lavrov destacou ontem em Doha que a Rússia envia armamentos à Síria e ao Irã para serem usados exclusivamente na luta contra o EI. EFE

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