Separatistas abandonam Minsk após acusar Kiev de rejeitar diálogo

  • Por Agencia EFE
  • 30/01/2015 13h09

Moscou, 30 jan (EFE).- Os negociadores separatistas do leste da Ucrânia anunciaram nesta sexta-feira que deixarão Minsk, onde deveria ser realizada em algumas horas negociações entre Kiev e os rebeldes pró-Rússia, e ameaçaram prosseguir sua ofensiva se o exército continuar com seus bombardeios.

“Infelizmente, a parte ucraniana não se apresentou. De novo, a Ucrânia recusa o diálogo”, declarou Vladislav Deinego, negociador da autoproclamada república popular de Lugansk.

O negociador separatista da região de Donetsk, Denis Pushilin, confirmou que a chancelaria de Belarus informou que “Kiev não vem e as conversas foram canceladas”.

“Hoje abandonamos Minsk”, acrescentou Pushilin, que tinha pedido para Kiev enviar um representante com plenos poderes e não o ex-presidente ucraniano Leonid Kuchma para as negociações, mediadas por Rússia e OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa).

Pushilin advertiu que as milícias rebeldes continuarão com sua ofensiva para tomar o controle total das regiões de Donetsk e Lugansk se as forças de Kiev seguirem atacando com armamento pesado os redutos separatistas.

“Se o processo negociador se interromper e Kiev continuar com os bombardeios, nos reservamos o direito de continuar com a ofensiva e conquistar a totalidade das regiões de Donetsk e Lugansk”, disse.

Os separatistas garantem que sempre foram a favor das negociações e que sua prioridade é proteger a população civil.

“Esperamos um convite oficial e um esclarecimento sobre a data por parte da Rússia ou da OSCE”, esclareceu Pushilin, que tachou de “inadmissível” fazer os separatistas viajarem em vão para a capital de Belarus.

O negociador declarou que as condições que os separatistas colocarão nas negociações de Minsk mudaram, em particular no que se refere à linha de separação de forças após o recente avanço das milícias rebeldes.

“A linha de separação mudou significativamente. Hoje, nossas repúblicas de Donetsk e Lugansk estão dispostas a falar de um cessar-fogo imediato com base na linha de separação real”, afirmou.

Segundo os acordos de paz de Minsk, ambos os lados se comprometeram a manter intactas suas posições e a criar uma zona de segurança de 30 quilômetros, de onde deviam retirar armamento pesado.

Os rebeldes concordaram com o recuo, mas hoje afirmaram que isto deve ser feito com base na nova situação na zona de conflito, na qual os rebeldes tomaram várias localidades e o aeroporto de Donetsk.

Além disso, os separatistas estreitaram o cerco em torno de Debaltsevo, ponto estratégico entre Donetsk e Lugansk.EFE

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