Sobe número de mortos em atentado com caminhões-bomba em Mogadíscio

  • Por EFE
  • 15/10/2017 08h42 - Atualizado em 15/10/2017 08h43
EFE/EPA/SAID YUSUF WARSAME Homem corre em frente ao Safari Hotel, em Mogadíscio, capital da Somália, onde pessoas morreram após explosão de caminhão-bomba em 14 de outubro

O atentado com dois caminhões-bomba cometido no último sábado por supostos integrantes do grupo jihadista Al Shabab na capital da Somália, Mogadíscio, matou pelo menos 65 pessoas, confirmaram à Agência Efe fontes dos serviços de segurança do país.

O ataque ao Safari Hotel e a um movimentado mercado da cidade é o pior já testemunhado pela cidade em três décadas e deixou um número ainda indeterminado de feridos, o que ainda pode elevar o número de mortes nas próximas horas.

De acordo com a imprensa local, a maioria dos mortos eram civis, principalmente vendedores ambulantes, e a emissora “Radio Garowe” afirma que um alto cargo do Ministério de Comércio somali também está entre as vítimas.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha confirmou em comunicado neste domingo que quatro colaboradores locais perderam a vida no atentado, um balanço que pode aumentar já que vários integrantes da organização estão desaparecidos.

O presidente da Somália, Mohamed Abdullahi Farmajo, decretou três dias de luto e pediu à população para que doe sangue aos hospitais, que estão superlotados com feridos.

O governo, que convocou uma reunião de emergência para reagir ao atentado, mobilizou mais tropas para tentar encontrar outros sobreviventes. Alguns dos edifícios da principal rua comercial de Mogadíscio ficaram totalmente destruídos pelas explosões e é possível que haja corpos sob os escombros.

“Perdi os meus três irmãos no atentado, estávamos na nossa farmácia quando aconteceu”, explicou Mohamed Abshir, que só conseguiu salvar a própria vida.

Os especialistas afirmam que os jihadistas do Al Shabab planejaram este atentado devido à debilidade de um governo dividido pelos conflitos internos que não consegue estabelecer uma relação próxima com os chefes do Exército, razão pela qual o ministro de Defesa, Abirashiid Abdullahi Mohamed, renunciou na quinta-feira passada.

O analista de segurança Ibrahim Shegow assegura que atentados virulentos como este continuarão a acontecer “a menos que (o governo) acabe com os seus problemas internos e melhore a sua capacidade militar”.

Por enquanto, embora a mídia local e analistas considerem certo que Al Shabab está por trás do atentado, o grupo ainda não reivindicou a autoria do ocorrido.

Al Shabab, que em 2012 se filiou à rede internacional da Al Qaeda, controla parte do território no centro e no sul do país e tenta instaurar um Estado islâmico wahabista na Somália.

O país vive em estado de guerra e caos desde 1991, quando o ditador Mohamed Siad Barre foi derrubado, o que deixou o país sem um governo efetivo e em mãos de milícias radicais islâmicas, senhores da guerra que respondem aos interesses de um clã determinado e grupos armados.

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