Testemunha do assassinato de Nemtsov recebe ameaças de morte na Ucrânia

  • Por EFE
  • 06/03/2015 08h11

Milhares vão ao funeral de Boris Nemtsov EFE Milhares vão ao funeral de Boris Nemtsov

A modelo Anna Duritskaya, testemunha do assassinato em Moscou do opositor liberal russo Boris Nemtsov, está sob proteção oficial da Ucrânia após denunciar que recebeu ameaças de morte, informou nesta sexta-feira a Procuradoria Geral ucraniana.

“Em 5 de março, Anna Duritskaya denunciou ameaças a sua vida por parte de um grupo de desconhecidos quando estava na casa de seus pais”, afirmou um comunicado publicado pela Procuradoria Geral.

O advogado da jovem ucraniana de 23 anos, que acompanhava a Nemtsov quando político russo foi assassinado há uma semana com quatro tiros nas costas, confirmou as ameaças mas não forneceu detalhes.

“O procurador-geral da Ucrânia, Viktor Shokin, ordenou que fossem tomadas todas as medidas para proteger a vida e a saúde de Anna Duritskaya, testemunha do assassinato do político opositor russo Boris Nemtsov”, acrescentou o comunicado.

A modelo ucraniana deixou Moscou na segunda-feira passada após prestar depoimento no Comitê de Instrução, que investiga o assassinato do líder opositor.

Duritskaya voltou a Kiev assim que as autoridades permitiram. A modelo não foi ao funeral do opositor, realizado na terça-feira em Moscou.

Uma semana depois do assassinato de Nemtsov em pleno centro de Moscou, a poucos metros do Kremlin, a investigação não tem aparentemente pistas sobre o crime.

O Comitê de Instrução, que ofereceu uma recompensa de três milhões de rublos (US$ 50 mil) por “informação valiosa” que lance luz sobre o caso, explicou que trabalha com várias hipóteses sobre os possíveis motivos do assassinato.

Os investigadores não descartam que a morte do líder opositor seja uma tentativa de desestabilizar a situação na Rússia ou um caso de vingança pessoal.

Nemtsov era um dos maiores críticos da ingerência da Rússia nos assuntos internos da Ucrânia. O opositor denunciou que milhares de soldados russos combatiam ao lado dos separatistas.

A oposição russa classificou o caso de “assassinato político” e criticou o Kremlin por criar um clima de ódio no país.

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