Tunisianos presos por mílicia na Líbia são libertados após 3 semanas

  • Por Agencia EFE
  • 30/05/2015 17h04

Túnis, 30 mai (EFE).- Milícias leais ao governo considerado rebelde da Líbia libertaram neste sábado o último grupo de cidadãos tunisianos mantidos presos desde o início de maio, anunciou o Ministério das Relações Exteriores da Tunísia em comunicado.

O órgão não revelou, no entanto, detalhes sobre a negociação e o total de tunisianos libertados pelos insurgentes. No início do mês, a embaixada da Tunísia na Líbia admitiu que 172 cidadãos do país tinham sido presos por um dos grupos que fazem da “Fayr Líbia”, uma plataforma de milícias leais ao governo estabelecido em Trípoli.

A razão da detenção é motivo de polêmica. Enquanto fontes líbias garantem que foi uma represália pela prisão de um dos líderes milicianos na Tunísia, o Ministério de Relações Exteriores afirmou que se tratava de um “procedimento rotineiro de identificação”.

Na semana passada, um responsável do Serviço de Vigilância da Imigração Ilegal da Líbia confirmou a libertação de 144 tunisianos, em dois grupos de 42 e 102 pessoas.

Em declarações à Agência Efe, ele confirmou a versão tunisiana ao afirmar que eles tinham sido detidos para apresentar documentos. A todos teria sido oferecida a opção de permanecer na Líbia ou voltar à Tunísia.

A imprensa de ambos os países insistem, no entanto, que o incidente tem relação direta com Walid al Qalib, líder miliciano líbio detido no aeroporto de Tunís após ter saído da Turquia e acusado de ter laços com o jihadismo.

Wisem Said, advogado de Qalib, admitiu ser líder de uma das milícias e ter contato com o grupo Estado Islâmico (EI). Ele negou outras duas acusações: tráfico de armas e estar na Tunísia para sequestrar membros do regime ditatorial de Muammar Kadafi (1969-2011) exilados no país.

A Tunísia, que faz fronteira com a Líbia, é um dos países mais afetados pela guerra civil no vizinho desde a queda de Kadafi. EFE

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