UE realiza cúpula extraordinária para definir novos líderes do bloco

  • Por Agencia EFE
  • 30/08/2014 14h23

Bruxelas, 30 ago (EFE).- Os chefes de Estado e do governo da União Europeia (UE) realizam neste sábado uma reunião extraordinária para definir o novo responsável da diplomacia comunitária e o futuro presidente do Conselho Europeu, um encontro que também deverá analisar um possível aumento de sanções econômicas à Rússia.

Os líderes comunitários farão uma nova tentativa para encontrar substitutos à Alta Representante da UE, a britânica Catherine Ashton, e ao presidente do Conselho Europeu, o belga Herman Van Rompuy, antes que ambos encerrem mandato nos próximos meses de outubro e dezembro, respectivamente.

O nome de Federica Mogherini, a atual ministra das Relações Exteriores da Itália, aparece à frente nas apostas para ocupar o posto de chefe da diplomacia comunitária.

Os líderes da Itália, França, Áustria, Bélgica, Croácia, Dinamarca, Malta, Romênia e Eslováquia, entre outros, demonstraram hoje em Paris respaldo unânime à política italiana.

No entanto, resta saber se Mogherini terá o apoio dos líderes conservadores e, principalmente, consegue superar o receio dos países do Leste, que a consideram pouco crítica em relação à Rússia.

Esta divisão impediu um consenso na cúpula extraordinária realizada em julho passado, na qual o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, se mostrou visivelmente contrariado.

Em relação à presidência do Conselho Europeu, o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, é o favorito entre os possíveis candidatos para substituir Van Rompuy, já que contaria com o respaldo da chanceler alemã, Angela Merkel, e do “premier” britânico, David Cameron.

Tusk, que não deu declarações em sua chegada ao Conselho, recebeu as atenções de seus parceiros no início do encontro.

Neste encontro, os líderes comunitários também receberão o dirigente da Ucrânia, Petro Poroshenko, que também manteve encontros com o presidente da Comissão Europeia (CE), José Manuel Durão Barroso, e com Van Rompuy, além de outro a ser realizado com o presidente do parlamento Europeu, Martin Schulz.

Antes do início da reunião, alguns países do bloco, como a Lituânia e o Reino Unido, consideraram a situação no leste da Ucrânia inaceitável e se mostraram a favor de dar uma resposta mais contundente.

“Necessitamos apoiar militarmente e enviar material militar à Ucrânia”, indicou a presidente lituana, Dalia Grybauskaite, que alertou: “A Rússia está em estado de guerra contra a Ucrânia, contra um país que quer estar mais perto da UE, e isso significa que a Rússia está praticamente em guerra com a Europa”.

O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, qualificou de “completamente inaceitável” a situação de ter tropas russas em território ucraniano e advertiu que haverá “consequências” contra Moscou se essa situação não mudar.

No entanto, outros líderes como o primeiro-ministro da Finlândia, Alexander Stubb, se mostraram mais prudentes.

Stubb considerou que não se pode esperar apoio militar da UE porque os 28 empregam só uma “força branda”, que, em uma primeira fase, deu origem ao Acordo de Associação com a Ucrânia e, em uma segunda, nas sanções contra Moscou. EFE

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